Sábado, 18 de Maio de 2024

Home Eleições 22 Lula e Bolsonaro aumentam ataques em programa de TV a duas semanas da eleição

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Sob cenário inalterado das pesquisas e a apenas duas semanas das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vêm intensificando a agressividade dos ataques em seus programas de rádio e TV para tentar alcançar seus objetivos de 2 de outubro.

O petista tenta assim resolver a disputa já no primeiro turno, enquanto a meta do titular do Palácio do Planalto é ao menos reduzir a vantagem do rival.

Nas propagandas, os dois trocam acusações de corrupção. Lula ainda recorre a um tom emotivo para tachar o atual presidente de “desumano na pandemia” e “desastre na economia”.
Já o candidato à reeleição tem centrado fogo nas denúncias que levaram o ex-presidente à prisão, em 2018. Sua propaganda diz que o petista mente sobre sua inocência e resgata imagens antigas de Geraldo Alckmin (PSB) atribuindo a “roubalheira” no país a Lula, que hoje encabeça sua chapa ao Palácio do Planalto.

A ofensiva de ambos mira votos ainda não cristalizados da chamada terceira via, que não decolou nas pesquisas. Segundo o levantamento mais recente do Datafolha, divulgado anteontem, 86% dos eleitores de Lula e 83% dos de Bolsonaro estão decididos em quem apoiar nas urnas. Porém, mais da metade (54%) dos que pretendem optar por Ciro Gomes (PDT) ou por Simone Tebet (MDB) reconhecem que a escolha não está totalmente fechada.

Ataques

Nesse panorama, a guerra de narrativas sobre a corrupção traz o tema, tão caro ao pleito de 2018, de volta ao olho do furacão. Em um de seus programas desta semana, a campanha de Lula questiona a frequente defesa de Bolsonaro de que seu governo é ilibado. “Como ele explica decretar sigilo de cem anos em diversos escândalos do seu governo? Como ele explica o caso das rachadinhas? E como ele explica que sua família comprou 51 imóveis pagando em dinheiro vivo?”, pergunta a narração.

Em outra inserção, afirma-se que há quatro anos a atual gestão não aumenta os recursos para a merenda. “Já para o orçamento secreto, Bolsonaro liberou mais de R$ 5 bilhões”, conclui o narrador. Nas duas propagandas, porém, não é Lula quem aparece proferindo as agressões, cabendo a ele momentos em que o foco é a esperança para o futuro.

O programa bolsonarista mais recente, por sua vez, é dedicado integralmente à desconstrução da imagem do petista. Abre com a apresentadora pedindo licença para “dizer a verdade”.

Após uma sequência de trechos de telejornais noticiando a condenação e a prisão de Lula e de delações como a do ex-ministro Antonio Palocci, surge o petista no debate presidencial do fim de agosto: com imagens postas em preto e branco, o candidato afirma que foi “julgado” e “considerado inocente”. Em seguida, aparecem cenas do ex-presidente a caminho da cadeia, e o narrador afirma que “a pior e maior mentira dessa eleição é dizer que Lula foi inocentado”.

As investidas de Lula contra o adversário, porém, não são monotemáticas, e trazem mais assuntos que podem mover os eleitores indecisos. Economia é tratada como um calcanhar de aquiles do governo, que a propaganda culpa pela volta da fome e da inflação. Um dos spots chama Bolsonaro de “ruim de serviço”. E emenda que ele foi um presidente “desumano na pandemia”.

A condução da crise sanitária da covid, aliás, foi a aposta de um programa. São reproduzidos áudios do presidente ao longo da emergência, com frases como “eu não sou coveiro”, e “uma gripezinha ou um resfriadinho” ressoando uma atrás da outra. Lula aparece dizendo que “o atual presidente debochou da covid, fez pouco caso dos mortos”.

Ecos do Datafolha

Em meio à contenda mais ríspida dos últimos dias, o resultado do último Datafolha também pode contribuir para nortear estas duas últimas semanas antes do primeiro turno. A melhora do desempenho de Lula entre evangélicos animou a campanha petista, e estrategistas apostam que o crescimento entre esses eleitores na reta final da campanha não poderá ser estancada, a menos que haja uma bala de prata da campanha adversária.

Enquanto isso, do lado governista, integrantes da campanha de Bolsonaro mais uma vez a minimizaram os dados do Datafolha. Aliados afirmam que as pesquisas internas da campanha mostram um desempenho melhor do presidente no Sudeste. A ordem é reforçar o foco nessa região.

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