Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 26 de agosto de 2023
Os votos conservadores de Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal, em seu mês de estreia, impactaram diretamente na pressão que o presidente Lula sofre para a escolha do próximo ministro da Corte. Zanin foi o único a se posicionar contra a descriminalização das drogas para consumo pessoal, e rejeitou equiparar homofobia ao crime de injúria racial.
Agora, representantes da esquerda dizem que “Lula não pode cometer o mesmo erro” e exigem um ministro de viés progressista. A mensagem é vista como um manifesto contrário à eventual indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico.
Mas interlocutores de Lula ouvidos sob reserva pela Coluna apostam que nada mudou e o presidente mantém sua preferência por Messias. Garantista, Messias tem a confiança de Lula. Além disso, admitem interlocutores, a indicação seria uma forma de redimir os danos à imagem dele com o episódio do “Bessias”.
“As credenciais de Jorge Messias no PT o blindam. Ele é a única prata da casa nessa disputa pela vaga no STF e tem apoios fundamentais no partido, como Jaques Wagner [líder do governo no Senado] e Gleisi Hoffmann [presidente do PT]. E mais, Dilma o tem como um filho”, observa um dos integrantes da ala mais à esquerda petista.
Outro nome favorito seria o do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Perderam força outros cogitados, como o ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por outro lado, setores progressistas têm pressionado Lula a indicar uma mulher para o posto de Rosa Weber, até agora sem sucesso.
Uma hipótese hoje considerada improvável seria a da advogada Dora Cavalcanti, vista nas fileiras petistas como um bom nome progressista para o STF. Ela trabalhou com Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça que era um conselheiro de Lula e seu amigo.
Lula tem perguntado a alguns interlocutores sobre algumas mulheres que lhe foram sugeridas. Hoje, é possível dizer que três nomes aparecem com mais destaque: Simone Schreiber, desembargadora do TRF2; Regina Helena, ministra do STJ; e a advogada Dora Cavalcanti.
Nenhuma das três têm um atributo de que todos no entorno de Lula costumam repetir como importante para ser o escolhido: uma pessoa para quem o presidente tenha a liberdade de ligar a qualquer hora para resolver algum problema. Mas ainda assim as pressões para a nomeação de uma mulher têm crescido e o perfil pragmático de Lula pode falar mais alto.