Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de junho de 2023
O presidente Lula, em conversas diretas e por interlocutores, já disse ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que está disposto a aceitar pedidos encaminhados pelo seu grupo, o Centrão, para garantir o apoio ao governo no Legislativo.
Mas faz duas ressalvas, exatamente os pedidos que mais interessam ao grupo de Lira: o lugar da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a devolução do controle da liberação de emendas parlamentares para o Congresso Nacional.
Lula tem dito a seus interlocutores mais próximos que em nenhum momento vai querer entrar em guerra com Arthur Lira, porque sabe da sua força e importância dentro da Câmara dos Deputados.
Segundo assessores, o presidente compreende que o atual Congresso é mais conservador e que Lira é a principal liderança na Câmara. Porém, avalia que não pode ceder a todos os pedidos do grupo do presidente da Casa.
Aliados de Lira têm pleiteado o comando do Ministério da Saúde, mas Lula não pretende trocar a ministra Nísia Trindade, porque decidiu colocar na pasta alguém da área, com elevada reputação no setor e para evitar interferências políticas no ministério.
Isso não significa, porém, que os aliados de Lula não possam indicar nomes para ocupar cargos em áreas do Ministério da Saúde. Desde que os nomes sejam de pessoas com conhecimento do setor, a equipe de Lula entende que podem ser feitas nomeações no ministério.
Na última semana, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) se reuniram com a ministra para destravar alguns pedidos de aliados na pasta.
Padilha ganhou do presidente Lula o poder de ordenar que nomeações sejam destravadas, uma das reclamações de aliados que colocaram em risco a votação da medida provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios.
Padilha e Rui Costa têm realizado reuniões individuais com os ministros para tratar dessas nomeações e, com isso, acalmar os ânimos na base aliada do governo no Legislativo.
Outras pastas
O chefe do Executivo não pretende fazer uma ampla reforma ministerial, mas, nos bastidores, já admite a necessidade de mudanças “pontuais” na equipe, que devem atingir principalmente o União Brasil. Mesmo assim, não dá prazo para as trocas.
Lula não gostou de saber que o empresário Fernando Fialho, sogro do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, tem usado o gabinete do genro para despachar, como revelou o Estadão. O presidente já havia conversado com o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), para reavaliar as indicações do partido na Esplanada.
Além de Juscelino, que pode ser substituído, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, também está nessa lista. Ela pode não sair do governo, mas deve mudar de repartição. A ministra já pediu a desfiliação do União Brasil e tudo indica que migrará para o Republicanos, partido que tende a ganhar espaço na Esplanada. O deputado Celso Sabino (PA), aliado de Lira, é cotado para assumir Turismo ou outro ministério hoje na cota do União Brasil, que administra três pastas.