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Por Redação Rádio Pampa | 16 de maio de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá se opor, em reunião do G-7 no Japão, a tentativas dos países do bloco de endurecerem o tom contra a Rússia em uma declaração final, que será assinada por países convidados, assim como é o caso do Brasil. O Itamaraty negocia para que o texto conjunto, que tem como tema de fundo a segurança alimentar e deve ser adotado de forma consensual, não seja usado para atacar Vladimir Putin por causa da guerra na Ucrânia.
Por seu efeito negativo em escala global, a guerra será citada nesse documento, principalmente por conta da cadeia produtiva e de distribuição de suprimentos e alimentos. Conforme o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros, o Brasil atua para adequar a linguagem, de forma que ela esteja em sintonia com a posição brasileira. O governo Lula tenta se equilibrar no conflito e apresentar-se como neutro.
Semana passada o chanceler Mauro Vieira afirmou que o país não iria isolar a Rússia em fóruns multilaterais, como é o caso do G-7, composto por Estados Unidos, a Alemanha, a França, o Canadá, a Itália, o Japão e o Reino Unido. A Rússia não faz mais parte do bloco, antigo G-8, tendo sido expulsa após a tomada da Crimeia, em 2014. Além disso, segundo ele, o Brasil não tem interesse em tomar lado no conflito. Embora condene a violação do território da Ucrânia pela Rússia, o chanceler disse que o Brasil não aceita sanções unilaterais e rejeita articulações para isolar Putin nesses fóruns.
A expectativa é que as potencias ocidentais e europeias forcem a mão para endurecer o tom contra a Rússia. Nesse cenário, a diplomacia brasileira atua nos bastidores para amenizar os termos.
O Brasil vai participar da cúpula como convidado do Japão, país anfitrião. Serão duas sessões ampliadas de debate no sábado, dia 20, e uma no domingo, 21, com uma declaração conjunta ao fim. Foram chamados ainda os líderes de Austrália, Índia, Indonésia, Coreia do Sul, Vietnã, Comores e Ilhas Cook.
Lula no G-7
Com embarque previsto para a quarta-feira (17) e chegada ao Japão na sexta-feira (19), o presidente brasileiro participará de eventos da cúpula dos países mais ricos do mundo no próximo fim de semana. Esta será a sétima participação de Lula no encontro. A última presença de um chefe de Estado do Brasil foi na edição de 2009.
Participação brasileira
O convite para Lula participar da cúpula do G7 é visto pela diplomacia brasileira como sinalização do prestígio internacional de Lula. Em 2022, foram convidados pelas nações industrializadas a Argentina, Índia, África do Sul, Indonésia e Senegal.
Além dos debates, Lula tem confirmados encontros com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, e com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Outros encontros estão sendo alinhados pelas equipes do Planalto e do Itamaraty.
No Ar: Pampa Na Tarde