Domingo, 09 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de novembro de 2025
O secretário de Transportes dos Estados Unidos, Sean Duffy, afirmou neste domingo (9) que o transporte aéreo no país será reduzido “ao mínimo” caso a paralisação do governo Trump não termine logo. Segundo Duffy, “a situação só vai piorar” até o feriado do Dia de Ação de Graças, no fim do mês.
A paralisação no governo dos EUA, chamado popularmente de shutdown, ocorre quando o Congresso não aprova o orçamento federal dentro do prazo. Com isso, o governo fica sem dinheiro para manter serviços e pagar servidores federais.
Mais de 1.500 voos domésticos no país foram cancelados e mais de 4.000 sofreram atrasos neste domingo, segundo a plataforma de monitoramento FlightAware. As companhias aéreas começaram na sexta-feira a aplicar reduções graduais no fluxo aéreo impostas pelo governo, e milhares de voos já foram afetados.
No centro do impasse do shutdown está a saúde. Os democratas, opositores de Donald Trump, afirmam que só aprovarão o projeto se programas de assistência médica forem prolongados. O governo precisa de 60 votos no Senado para aprovar o orçamento, mas apenas 53 senadores são do mesmo partido do presidente.
A Administração Federal de Aviação (FAA) ordenou um corte de 4% nos voos desta sexta-feira em 40 grandes aeroportos. A redução deve subir para 10% até 14 de novembro. Duffy disse na sexta-feira que pode determinar cortes de até 20% nos voos conforme a paralisação do governo for se estendendo.
A preocupação é que o caos nos aeroportos dos EUA visto desde sexta-feira piore ao longo dos próximos dias à medida em que o shutdown se estende e o Dia de Ação de Graças se aproxima. O feriado, que cai em 27 de novembro, é uma das datas mais importantes dos EUA e tem o maior fluxo aéreo no país.
“Só vai piorar. Nas duas semanas antes do Dia de Ação de Graças, vocês verão o transporte aéreo ser reduzido ao mínimo. Há muitas pessoas que querem voltar para casa para o feriado, querem ver suas famílias, querem celebrar este grande feriado americano (…) muitos deles não vão conseguir embarcar em um avião, porque não haverá tantos voos disponíveis se o governo não voltar a funcionar”, disse Duffy em entrevista à rede CNN Internacional.
Atrasos causados por ausência de controladores de tráfego aéreo afetaram centenas de voos em 10 aeroportos, como Atlanta, San Francisco, Houston, Phoenix, Washington, D.C., e Newark. Até 19h30 (horário de Brasília), mais de 5,3 mil voos tinham registrado atraso, segundo o FlightAware.
No aeroporto que atende a capital, Washington, D.C., o tempo médio de atraso era de quatro horas. Cerca de 17% das operações foram canceladas e quase 40% dos voos estavam atrasados.
Durante os 38 dias de paralisação, 13 mil controladores e 50 mil agentes de segurança trabalharam sem salário. A ausência crescente tem afetado as operações. Muitos controladores foram avisados na quinta-feira (6) que não receberiam pagamento pela segunda quinzena seguida.
O governo Trump tenta pressionar democratas no Congresso a aprovar o orçamento republicano que permitiria reabrir o governo. A possibilidade de grandes interrupções no setor aéreo faz parte dessa pressão.
Já os democratas dizem que os republicanos são responsáveis pelo impasse por se recusarem a negociar a extensão dos subsídios de saúde.
Duffy disse a jornalistas que pode exigir cortes de até 20% se a situação piorar e mais controladores faltarem ao trabalho. “Eu avalio os dados”, afirmou. “Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo.”
Os cortes começaram às 8h (horário de Brasília) de sexta-feira e incluem milhares de voos das quatro maiores companhias aéreas — American, Delta, Southwest e United. A redução deve subir para 6% na terça-feira (11) e chegar a 10% até 14 de novembro, caso a paralisação continue.