Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025

Home Brasil Mais de 20% dos brasileiros usam empréstimo para pagar dívidas, aponta estudo

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Cerca de 21% dos brasileiros buscaram empréstimos para quitar dívidas no último ano, revela pesquisa realizada pela Creditas, plataforma financeira digital, em parceria com a Opinion Box. De acordo com levantamento, pagar contas de casa (20%) e despesas inesperadas (17%) também foram fatores relevantes para a tomada de crédito.

Entre os principais tipos de crédito solicitados no período estão cartão (53%), empréstimo pessoal (22%) e consignado (17%). O estudo mostra que 77% dos entrevistados que solicitaram empréstimos tiveram acesso ao crédito na maioria ou em todas as vezes.

“Com exceção do consignado, os dados mostram que a população utiliza o crédito como um meio de organizar sua vida financeira, e muitas vezes acaba optando por modalidades que possuem taxas de juros elevadas e prazos curtos de pagamento”, afirma Guilherme Casagrande, educador financeiro da Creditas.

O estudo também aponta mudança na forma como os brasileiros solicitam crédito. Cerca de 37% dos entrevistados disseram recorrer a bancos digitais, enquanto 36% buscaram por instituições tradicionais de forma online e 34% preferiram ir até uma agência bancária.

O levantamento também mostrou que os brasileiros não buscam aprofundar opções na decisão da tomada de empréstimo. Mais da metade dos entrevistados (56%) responderam pesquisar crédito em até duas instituições antes de escolher a opção mais conveniente, enquanto 26% buscaram em três e 17% em quatro ou mais.

Para entender a relação do brasileiro com o crédito e as principais motivações para o seu uso, o levantamento foi feito com base na resposta de 1.506 pessoas com mais de 18 anos, de diferentes classes sociais e regiões do País.

Endividamento

O endividamento em novembro subiu levemente, atingindo 77% das famílias, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No mesmo período de 2023, a inadimplência ficou no patamar de 76,6%.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de novembro aponta que o número de famílias reportando dívidas em atraso chegou ao patamar de 29,4%, alta de 0,4% em relação a novembro de 2023. O número de consumidores que afirmam não ter condições de quitar suas dívidas aumentou para 12,9%. Em novembro do ano passado esse percentual era de 12,5%.

Apesar do crescimento, o percentual de pessoas que se consideram “muito endividados” caiu para 15,2%, o menor nível desde novembro de 2021. Fabio Bentes, economista-chefe da CNC em exercício, afirma que dados apontam para uma dificuldade das famílias em equilibrar o orçamento nos últimos meses.

“O cenário é curioso, uma vez que o mercado de trabalho tem apresentado bons números, com a taxa de desemprego abaixo de 6%”, explica.

O economista aponta que a pesquisa aponta um aumento dos gastos das famílias com serviços, principalmente os de apostas, que pode ser parte do motivo da pressão sobre o orçamento das famílias. A CNC projeta que o endividamento continuará crescendo em dezembro, impulsionado pelas compras de Natal, com a inadimplência permanecendo estável, dado o ajuste das famílias ao cenário de juros altos.

Entre as famílias de menor renda (0 a 3 salários mínimos), o endividamento aumentou para 81,1%, o maior índice entre todas as faixas. Essas famílias também registraram o maior percentual de inadimplência, com 37,5% relatando dívidas em atraso, e 18,5% afirmando não ter condições de quitar os débitos.

Já famílias com renda acima de 10 salários mínimos reduziram seu endividamento para 66,7%, com 14,6% reportando dívidas em atraso e apenas 5% afirmando não ter condições de pagá-las.

O comprometimento médio da renda com dívidas foi de 29,8% em novembro, uma leve queda em relação a outubro deste ano. Além disso, o percentual de consumidores com mais da metade da renda comprometida caiu para 20,3%, o menor índice desde agosto de 2024.

“A recuperação do consumo depende de uma gestão responsável do crédito. Apesar de um leve aumento do endividamento, o impacto na renda mensal tem diminuído, refletindo o esforço das famílias em manter suas contas equilibradas mesmo diante de adversidades econômicas”, avalia Bentes.

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