Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024

Home Economia “Mais do que nunca” a Polícia Federal deve investigar o apagão, diz o ministro de Minas e Energia

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificou a investigação da Polícia Federal (PF) como “extremamente necessária” após o ONS (Operador Nacional do Sistema) não encontrar as falhas técnicas que ocasionaram o apagão que atingiu 25 Estados e o Distrito Federal.

O ministro declarou que o ONS não apontou qual foi a falha que causou o apagão. Silveira esteve reunido ao longo do dia com representantes do ONS. Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que houve “erro técnico”.

Ele também disse que pediu todo “vigor” e celeridade da PF na investigação.

“Eu gostaria de compreender diferente, mas, mais do que nunca, eu acho que é extremamente necessária a participação muito ativa da Polícia Federal nesse caso, já que a ONS não teve como apontar uma falha técnica que pudesse causar um evento com a dimensão que teve a paralisação da energia no país”, pontuou.

Silveira informou que foi detectado um problema no sistema da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), subsidiária da Eletrobras, em Quixadá, no Ceará. Mas ponderou que o evento sozinho não seria capaz de derrubar o sistema. “Esse evento isoladamente não causaria interrupção tão grave”, disse o ministro à imprensa na porta do ministério.

A partir desse evento, considerado de pequena magnitude, segundo o governo, ocorreram outras falhas no sistema que ainda serão apuradas. “A Chesf admitiu o erro que não protegeu o sistema adequadamente nessa linha de transmissão [de Quixadá]”, completou.

O ministro explicou que a Eletrobras apresentou um documento garantindo que o erro já foi corrigido no Ceará e disse que é provável que um outro apagão não volte a acontecer. “Vamos continuar atentos como sempre, mobilizados como sempre, porque é um setor extremamente sensível”.

“Eu gostaria muito de ter recebido, por parte do ONS hoje, um apontamento exclusivamente técnico que fundamentasse o ocorrido ontem, mas infelizmente não foi essa a posição do ONS. Por isso nós não queremos, eu repito mais uma vez, de forma nenhuma, cometer nenhum ato de leviandade, até porque nós temos que ter os apontamentos técnicos para substanciar esse inquérito e apurar culpa ou dolo, no caso do evento. O que nos interessa nesse momento é que não aconteça mais, portanto, todas as providências têm que ser tomadas”, declarou Silveira.

Apagão

Os relatos de falta de energia iniciaram por volta das 8h30. A pasta informou que às 14h49 que o sistema nacional de energia foi restabelecido, após o apagão do início do dia.

Dados em tempo real do ONS mostraram uma queda abrupta na carga e geração de energia entre 8h30 e 8h44, com tendência de estabilidade a partir de 9h. Em nota, o órgão confirmou que houve pelo menos a perda de 18.900 MW de energia. A interrupção no Sul e no Sudeste foi uma ação controlada para evitar propagação da ocorrência.

O ONS, operador do SIN informou que houve uma “ocorrência no sistema” às 8h31, causando uma “separação elétrica das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste”. O SIN é responsável pela transmissão elétrica entre as regiões do território nacional. Roraima foi o único estado não afetado por não fazer parte do SIN.

De acordo com órgão, assim que aconteceu a falha elétrica uma “ação controlada” foi realizada propositalmente para que o problema não se espalhasse no Sul e Sudeste com a mesma intensidade que afetou o Norte e o Nordeste do país.

A normalização das cargas da região Sul foi concluída às 9h05 e nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, às 9h33. O SIN foi 100% recomposto às 14h49min.

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