Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 21 de novembro de 2022
Em novo capítulo no julgamento dos acusados pelo assassinato do secretário municipal da Saúde Eliseu Santos, nesta terça-feira (22) mais dois réus vão a júri popular em Porto Alegre. Um deles é apontado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) como mentor e o outro como colaborador na organização o crime, cometido há quase 13 anos.
Também pesa contra o primeiro a denúncia de receptação e posterior incêndio do automóvel utilizado pelos executores. Já o segundo homem teria indicado o irmão (já condenado) para realizar a execução. Os promotores pedirão a condenação de ambos por homicídio qualificado, com agravantes específicos para cada um.
Até agora, já são quatro pessoas sentenciadas por envolvimento no caso. As primeiras duas sentaram no banco dos réus em 2016, ambas recebendo penas de 27 anos de cadeia, ao passo que as outras duas tiveram seus julgamentos em setembro e outubro passados, respectivamente com penas de 33 anos (o motorista dos assassinos) e 42 anos (o mandante do crime).
E ainda faltam mais três julgamentos até dezembro. A Promotoria corre contra o tempo para fazer com que os envolvidos tenham a sua situação penal definida ainda neste ano, já que alguns dos crimes atribuídos a eles prescreverão em 2023 e 2024.
O crime
Eliseu Santos tinha 63 anos quando foi atingido por dois tiros de pistola, ao retornar para seu automóvel estacionado na rua Hoffmann, próximo à avenida Cristóvão Colombo. Ele estava acompanhado da esposa e da filha caçula, de então 7 anos – elas não se feriram.
O ataque foi cometido por homens que desembarcaram de um Chevrolet Vectra. Também armado, o médico chegou a sacar sua pistola, mas acabou tombando no local, baleado no peito e em uma das pernas.
Embora a Polícia Civil tenha concluído se tratar de latrocínio, para o Judiciário prevaleceu a tese do MP-RS: execução premeditada, em vingança relacionada a esquema de corrupção descoberto pelo então titular da pasta e que envolvia pagamento de propinas por empresa terceirizada, em troca de manutenção de contratos.
Trajetória
Ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1973, Eliseu iniciou carreira política pelo PTB.
Foi vereador (1992-1994), deputado estadual por dois mandatos (1995-2002) e vice-prefeito na primeira gestão de José Fogaça (2005-2008). Em 2007, passou a exercer a comandar a Secretaria Municipal da Saúde, sendo mantido no cargo com a reeleição do chefe do Executivo.
(Marcello Campos)