Domingo, 28 de Abril de 2024

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Maitê Proença assumiu publicamente sua relação com Adriana Calcanhotto, com quem ficou junto por um ano. A história gerou muito burburinho. Para Maitê, toda a verdade ajuda a combater preconceitos. “Nem sempre você levantar uma bandeira de uma forma muito agressiva é a forma mais eficiente para chegar no que se quer”, disse para a repórter Paula Bonelli, por videoconferência.

Atriz, com mais de 30 novelas na bagagem, autora de sete livros e cinco peças de teatro, virou dramaturga de uns tempos para cá. Na pandemia, recebeu um pedido para criar uma peça inédita e pensou: “Só a verdade, a mais crua, pode ser pertinente nesse momento”. Maitê transformou então pedaços de um diário em O Pior de Mim, título do livro e da peça de teatro que está em cartaz em São Paulo. Agora, faça como Maitê, tome um cafezinho e leia a entrevista a seguir:

1) Sua atitude como artista mudou com o que viveu em sua vida pessoal, no relacionamento com a Adriana Calcanhotto?

Por eu ter sido a vida inteira heterossexual e me apresentado, digamos, de uma forma mais convencional, isso virou um grande ‘auê’. Eu já estive com pessoas de todos os tipos. Nos relacionamentos íntimos, elas modificaram a minha vida. São pessoas que considero, que escolhi para amar, para estarem ao meu lado de uma forma muito íntima. Nessa medida sim, mas não pelo fato de ela ser mulher. Não teve o peso que as pessoas dão para isso.

2) Acha que ajudou a combater o preconceito quando assumiu sua relação publicamente com ela?

Toda verdade ajuda a combater preconceitos. Nem sempre levantar uma bandeira de uma forma muito agressiva é a forma mais eficiente para chegar no que se quer. Vimos agora nas eleições como o Brasil está dividido entre os convencionais e os não convencionais, entre pessoas que têm um olhar com perspectivas diferentes. Não acho que pessoas de um lado sejam boas e do outro sejam más. Não posso acreditar que 50% do meu País é perverso. A maturidade traz muitas coisas que não gostamos, carnes caindo, rugas. Podemos até fazer apologia da velhice, mas sei que ninguém acha maravilhoso ficar com dor nas juntas. Agora tem umas vantagens e, entre elas, poder ser mais verdadeiro, bancar a tua história com mais integridade.

3) A peça ‘O Pior de Mim’ é a sua história?

São várias histórias e casos, que passam pela minha vida. Afinal de contas é o que eu tenho. Essa ideia nasceu no início da pandemia, quando achávamos que não dava para pôr o nariz para fora de casa. A atriz Ana Beatriz Nogueira me ligou e disse para eu fazer uma peça inédita. Eu não tinha cabeça para aquilo, o que eu ia fazer? O que poderia ser pertinente? É muito difícil encontrar um tema. Então, eu pensei: ‘só a verdade, a mais crua’. E então me ocorreu de olhar os escritos que eu tinha lá escondido. Fizemos ela primeiro na forma de teatro digital e foi muito bem.

4) Por que as pessoas gostaram da peça?

Quando eu piso no teatro, projeto a voz, porque se está condicionado a isso, para que o sujeito lá da última fila me escute. E eu achei um jeito íntimo de falar, de contar as histórias, e levei isso para o presencial, que é a versão mais bonita.

5) Como foi para você trabalhar essas questões do passado e transformar em arte?

O diário pode ser um muro das lamentações… de mau gosto. Mas quando é arte as pessoas enxergam a vida daquela garota que foi abandonada pelos pais ou de uma pessoa que teve um acidente de carro, perdeu uma perna, virou jogadora de basquete e foi morar na Birmânia. Toda história ficcional parece estar falando contigo porque tem uma forma artística. O sujeito, por meio da experiência do outro, vai na própria de um jeito mais suave.

6) Você está fazendo mais teatro – e se abriu para novos tipos de relação. Como acontecem as viradas na sua vida?

Estou fazendo mais teatro por imposição também porque eu saí da TV Globo, mas nunca deixei de fazer. Não sou alguém que faz muitos projetos. Eu vejo que o futuro vai se armando dentro de mim e um dia eu entendo que tenho que entrar naquela direção e assim tenho feito. Mas de uma forma bem diluída, não um plano desenhado com rigor. Não faço grandes saltos propositais.

7) E há trabalho para atrizes fora do mainstream global?

Sim, há trabalhos. Mas nem sei se eu quero trabalhar no ritmo de antes, quando tinha 30 anos. Não preciso disso para me sentir uma pessoa produtiva.

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