Sábado, 18 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de agosto de 2025
O influenciador Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, que estão presos por suspeita de exploração sexual e econômica de menores e trabalho infantil irregular, ainda não tinham quitado a mansão luxuosa na qual viviam com os menores no bairro Portal do Sol, em João Pessoa, na Paraíba.
Segundo o documento, o imóvel foi vendido por Roberto Cavalcanti de Morais Junior a Hytalo Santos pelo valor de R$12 milhões. No entanto, o influencer não cumpriu com nenhuma parcela assinada no contrato, no qual ficou estipulado que ele pagaria seis parcelas de R$2 milhões.
Se houvesse descumprimento do contrato por parte de Hytalo — o que ocorreu — ele deveria pagar uma multa de 20% do valor total, além de honorários advocatícios extrajudicial de 5% e judicial de 20%
“Ante o exposto, na esperança de que será resolvido da melhor forma, requer-se o pagamento da multa sancionatória no importe de 20% do valor do contrato, em conformidade com a subcláusula 4.2; bem como o pagamento dos honorários advocatícios de cobrança extrajudicial no importe de 5% do valor inadimplido, conforme estabelecido na subcláusula 2.3.”, confirma um trecho do documento.
Como era a mansão de Hytalo Santos
De acordo com ex-funcionários do casal, ouvidos sob anonimato pelo Fantástico, da Globo, havia um controle rígido sobre a rotina de menores que viviam na casa de Hytalo. Segundo eles, os jovens eram tratados como propriedade do influenciador, que decidia quando podiam comer, dormir e até usar o celular.
“Inclusive já teve filmagens que ele fez para postar na rede social, que as crianças estavam indo para escola e, após desligar as câmeras, elas não iam para escola. Ou, se acontecesse de eles irem para a escola e surgir alguma agenda ou algo que precisasse de um deles, eles iriam lá simplesmente para pegar a criança”, disse um dos ex-funcionários.
As denúncias apontam que festas eram frequentes na mansão, com consumo de bebidas alcoólicas liberado para adolescentes. “Eu presenciei muita festa, bebida, e a bebida era vontade para todo mundo. Todos bebiam, sem restrição”, revelou outro ex-funcionário.
Em depoimento ao Ministério Público, uma ex-funcionária disse que os ambientes da casa eram sujos e que os jovens ficavam sem alimentação adequada, dependendo da autorização de Hytalo para se alimentar.
Ainda segundo os relatos, a mansão funcionava como um reality show. Os adolescentes gravavam vídeos todos os dias, muitas vezes em coreografias sensuais. Tal conteúdo era publicado nas redes e, segundo o Ministério Público, gerava altos lucros para o influenciador por meio de publicidade, rifas e sorteios online.