Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de outubro de 2025
María Corina Machado, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, foi indicada à honraria por Marco Rubio, hoje secretário de Estado do governo Donald Trump.
A premiação ocorreu no mesmo ano em que o próprio Trump fez campanha para receber o Nobel, mas saiu derrotado.
A nomeação foi formalizada em agosto de 2024, quando Rubio ainda era senador pela Flórida, em uma carta enviada ao Comitê Norueguês do Nobel e assinada também por outros parlamentares republicanos, incluindo o senador Rick Scott e os deputados Mario Díaz-Balart, María Elvira Salazar, Michael Waltz, Neal Dunn, Byron Donalds e Carlos Gimenez.
No documento, Rubio e seus colegas afirmam que Machado “representa a esperança e a resiliência de um povo que há 25 anos sofre com a opressão do regime de Nicolás Maduro”.
No documento, disponível no site do senador Rick Scott, os parlamentares descrevem a política venezuelana como uma “figura de coragem e moralidade” e pedem ao comitê que reconheça “seu compromisso incansável com a restauração da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”.
Pela vontade dele, expressa em testamento, o Nobel da Paz é o único Nobel a ser entregue na Noruega, e não em sua Suécia Natal.
Atualmente, o comitê de eleição do Nobel da Paz é composto por cinco membros, que trabalham em uma sala trancada em Oslo para evitar influências externas.
Quem é María Corina Machado
Vencedora do Nobel da Paz, Corina Machado vive escondida na Venezuela desde 2024, quando foi impedida de concorrer às eleições presidenciais. Para o comitê norueguês, ela “mantém acesa a chama da democracia em meio à escuridão crescente” e simboliza a resistência pacífica contra o autoritarismo latino-americano.
A indicação de Machado, apoiada por Washington, foi vista à época como uma forma de pressão contra o regime chavista, que venceu as eleições de 2024 em meio a denúncias de fraude e perseguição à oposição.
Segundo fontes do governo americano, Rubio deve vir ao Brasil nas próximas semanas para discutir a posição de Lula sobre a crise venezuelana. A expectativa é que o encontro trate também da reabertura de canais diplomáticos entre os dois países, após anos de tensão durante o governo Trump.
Resposta da Casa Branca
Apesar da indicação do secretário, a premiação de María Corina Machado foi criticada pela Casa Branca. Segundo o diretor de comunicação Steven Cheung, a escolha de Machado mostra que o Nobel “coloca a política na frente da paz”.
Em Washington, havia a expectativa de que o presidente americano, Donald Trump, fosse agraciado com o Nobel da Paz. O próprio Trump já havia declarado em várias ocasiões que merecia o prêmio por, segundo ele, contribuir para a resolução de conflitos ao redor do mundo.
“Trump seguirá firmando acordos de paz, encerrando guerras e salvando vidas. Ele tem o coração de um humanitário. Não existe e jamais existirá alguém como ele, capaz de mover montanhas pela força da própria vontade”, declarou Cheung.