Domingo, 03 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 26 de julho de 2025
O Movimento Brasil Livre (MBL) deu novos passos na criação de seu partido, batizado de Missão, e abriu conversas para que a futura legenda lance candidatos já em 2026. Os planos incluem ter postulantes a governador em cerca de dez Estados, incluindo os maiores colégios eleitorais, e até concorrente à Presidência. Segundo dirigentes, a nova legenda propõe a modernização do Brasil e fará oposição tanto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para ser oficializado, o partido terá que ser aprovado em um julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda sem data. Em junho, o MBL anunciou ter conseguido o número de apoiamentos necessários para pedir o registro ao TSE, que é de no mínimo 547 mil assinaturas, obedecendo a uma série de critérios. O sistema do TSE apontava, na quinta-feira (24), 575 mil apoios, validados em cartórios. A próxima etapa burocrática é a formação do diretório nacional, que precisa ser submetida à corte.
Criado em 2014, o MBL ganhou protagonismo nas manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e chegou à política institucional valendo-se de outros partidos, que abrigam seus integrantes. O movimento tem 18 representantes eleitos. Entre os membros de maior visibilidade, estão o deputado federal Kim Kataguiri, o estadual Guto Zacarias, a vereadora da capital paulista Amanda Vettorazzo (todos do União Brasil-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Pedro Duarte (Novo).
Segundo o coordenador nacional do MBL e futuro presidente do Missão, Renan Santos, a expectativa é que o partido — que começou a reunir assinaturas em 2023 — encerre todas as etapas a tempo de participar do próximo pleito. Para isso, o registro precisa estar concluído até abril.
Santos diz que foi preciso combinar mobilização e inteligência para organizar a coleta de fichas conforme as determinações do TSE. O objetivo era evitar repetir experiências malsucedidas, como o Aliança pelo Brasil, partido que o então presidente Jair Bolsonaro tentou criar com a ajuda de apoiadores, mas deu errado.
A criação do Missão é financiada com doações e vendas de produtos, que permitiram remunerar os coletores e pagar a logística, de acordo com os fundadores. O valor gasto até agora é estimado em R$ 5 milhões, cifra que inclui gastos com assessoria jurídica, por exemplo, mas que o grupo não confirma oficialmente.
“Nós somos uma alternativa de ruptura ao que chamamos de modelo falido da Constituição, baseado num pacto patrimonialista, que quebrou o Brasil, gerou insegurança jurídica e levou aos problemas de segurança pública”, diz Santos, que prega uma “profunda reforma constitucional” e vê a sigla como parte “da direita anti-Bolsonaro”. Ele elege o Centrão como “o grande inimigo” a ser superado, por “representar a verdadeira ideologia do Brasil, que é o patrimonialismo”.
“O que propomos é uma substituição geracional. Não é sobre ser conservador ou liberal, mas sobre um senso de urgência para ativar a nossa geração para uma causa”, resume o ativista. Ele diz que as propostas podem se aproximar das reformas econômicas do presidente da Argentina, Javier Milei, ou políticas de combate ao crime de Nayib Bukele, de El Salvador, mas que o projeto não se encaixa em rótulos.
“Defendemos uma série de desregulamentações. Só que, para isso, vai precisar de um Estado muito forte, com uma poderosa capacidade de execução, sobretudo na educação. E isso não está no discurso da direita”, exemplifica o coordenador.
Danilo Gentili candidato à Presidência?
Para a candidatura do Missão à Presidência em 2026, são citados os nomes do próprio Santos e do apresentador Danilo Gentili, que tem proximidade com o MBL. Questionado pelo Valor, Gentili evita se comprometer com uma migração para a política e indaga se tem “experiência e estofo” para conseguir contribuir com o país. “A Presidência da República é algo sério. Não é algo pra ser feito por vaidade ou por interesse próprio”, diz o artista do SBT.
Gentili acrescenta que o grupo à frente da futura legenda “tem bons nomes” para serem candidatos e ressalta que “nem Bolsonaro conseguiu criar um partido, [mas] eles sim”. Para o apresentador, o movimento agora poderá se livrar de “caciques com agendas e interesses próprios” e “traçar as próprias diretrizes”.
Nos Estados, discute-se o lançamento de candidatos ao governo em: São Paulo — Kim é mencionado como opção —, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Os líderes também projetam que vereadores do MBL em cidades como Salvador, Natal e Joinville tentem vagas de deputado federal. Muitos deles têm perfil semelhante: jovens, populares nas redes e afeitos a polêmicas. As informações são do portal Valor Econômico.
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