Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025

Home Esporte Médico do São Paulo indicou fornecedor irregular de Mounjaro a jogadores

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O médico Eduardo Rauen, responsável pelo projeto TecFut no São Paulo, indicou a jogadores do clube um fornecedor irregular do medicamento Mounjaro, utilizado para emagrecimento. A informação foi revelada em reportagem publicada pelo UOL nesta terça-feira (16) e confirmada por outras apurações da imprensa.

A parceria entre Rauen e o São Paulo incluía a administração do TecFut, centro de tecnologia e ciência aplicado ao futebol instalado no CT da Barra Funda. O programa era considerado estratégico para o departamento de saúde e desempenho do clube.

Segundo a reportagem, o fornecedor indicado por Rauen comercializava Mounjaro importado, o que é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, tratava-se de uma pessoa física, prática igualmente vetada pelo órgão regulador.

O vendedor cobrava R$ 5.599 por unidade, valor acima do praticado no mercado, que varia entre R$ 1.523,06 e R$ 4.067,81, dependendo do ICMS, da dosagem e da quantidade de canetas por embalagem.

A investigação jornalística simulou uma compra e constatou que o fornecedor não exigia receita médica e oferecia entrega imediata, reforçando os indícios de irregularidade.

Dois atletas do elenco profissional utilizaram Mounjaro ao longo da temporada de 2025. Antes da revelação sobre o fornecedor, o São Paulo havia se manifestado afirmando que todas as práticas médicas seguiam as normas vigentes e que não havia relação entre o uso do medicamento e o alto número de lesões registrado no ano.

Com a suspeita sobre a origem do produto, a diretoria decidiu abrir uma apuração interna para esclarecer responsabilidades e revisar protocolos.

O caso também contribuiu para o desgaste no departamento médico, que já enfrentava críticas e relatos de divergências internas ao longo da temporada.

Rauen afirmou que não fará novas manifestações sobre o episódio. Em nota, declarou:

“Minha atuação se limita à avaliação clínica, diagnóstico e tratamento. Já me manifestei publicamente acerca do medicamento Mounjaro, com o objetivo de informar e esclarecer a situação clínica e a natureza estritamente médica da indicação. Demais informações de cunho médico somente podem ser prestadas dentro dos limites éticos e legais, respeitando o dever de sigilo profissional”.

Após a repercussão, o São Paulo decidiu encerrar a parceria com o nutrólogo, classificando o episódio como violação de protocolos médicos e institucionais.

O Mounjaro, originalmente indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, ganhou popularidade pelo efeito de perda de peso. A prescrição do medicamento é regulamentada no Brasil desde setembro de 2023, mas apenas em junho de 2025 a Anvisa aprovou oficialmente seu uso para emagrecimento.

Mesmo assim, a indicação é restrita a pacientes com IMC igual ou superior a 27 kg/m² e que apresentem ao menos uma condição de saúde associada ao peso. Mais recentemente, o órgão também autorizou o uso para tratamento de apneia obstrutiva do sono.

 

(Com informações do jornal O Estado de S.Paulo)

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