Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de agosto de 2022
Os bancos registraram lucro líquido de R$ 132 bilhões em 2021, 49% a mais do que em 2020 e 10% superior a 2019, o que mostra uma alta inclusive em comparação aos níveis pré-pandemia, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira divulgado pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (9).
O documento aponta que três fatores principais explicam os resultados: crescimento da margem de juros, a redução de despesas com provisões e ganho de eficiência.
“A rentabilidade do sistema deve se manter resiliente, mas os lucros tendem a crescer em ritmo mais lento. O cenário para 2022 é de atividade econômica mais fraca, menor crescimento do crédito, normalização da inadimplência e de custo de captação e operacional mais altos”, diz o relatório.
Como mostrou a coluna de Alvaro Gribel, o lucro dos bancos continua acontecendo após o início de funcionamento do Pix mesmo que o argumento do governo seja que a assinatura de banqueiros na carta em defesa da democracia seria uma forma de retaliação pela queda nas receitas causadas pelo novo meio de pagamento.
Na avaliação do BC, a margem de crédito está pressionada pelo custo de captação, com impacto da taxa básica de juros (Selic) mais alta em 13,75%, mas o “mix” de crédito mais rentável com taxas mais altas beneficiam o sistema.
“O ambiente de taxas de juros mais altas, porém, favorece a concessão de novos créditos a taxas mais altas. A migração para um perfil de carteira de maior retorno e risco, que começou em 2021 e deve continuar em 2022, também tende a favorecer o retorno do crédito ao longo de 2022”, aponta.
O relatório mostra também que a receita de serviços oferecido pelos bancos cresceu 10% em relação a 2020 por conta de uma melhora na atividade econômica. Para esse ano, a expectativa é de menor crescimento.
“Com a atividade econômica mais fraca prevista para este ano e a competição mais acirrada, a expectativa é de menor crescimento das receitas de serviços em 2022”, diz.
Estabilidade
O BC também avaliou que suas análises indicam que “não há risco relevante para a estabilidade financeira” no Brasil.
“Testes de estresse de capital demonstram que o sistema bancário está preparado para enfrentar todos os choques macroeconômicos simulados. O sistema financeiro nacional mantém provisões adequadas ao nível de perdas esperadas com crédito, e capitalização e liquidez confortáveis”, acrescentou.
Esse desempenho, ainda segundo o BC, está em linha com a recuperação do PIB, que, no último trimestre de 2021, situava-se acima do nível pré-pandemia. “O sistema bancário mantém-se sólido e apto a sustentar o regular funcionamento da economia”, acrescentou a instituição.
Segundo o BC, a queda na capacidade de pagamentos por parte das empresas e pessoas físicas não representa um risco à estabilidade financeira pois a grande maioria dos bancos está bem capitalizada.
No Ar: Pampa Na Madrugada