Sábado, 07 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de junho de 2025
Michelle Bolsonaro é vista como um dos nomes mais competitivos para substituir Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2026. Isso porque outras lideranças da direita têm encontrado obstáculos dos quais a ex-primeira-dama até agora se manteve distante.
Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Jr (PSD), ainda não angariam apoio suficiente. Pablo Marçal (PRTB) foi condenado à inelegibilidade pela Justiça Eleitoral. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se autoexilou nos Estados Unidos e agora enfrenta uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua vez, tem um caminho pavimentado e seguro para a reeleição no governo de São Paulo.
Na medida em que vê seu nome ser cotado para suceder o marido como a candidata para enfrentar o PT de Luiz Inácio Lula da Silva, Michelle organiza um dos maiores eventos do PL Mulher, setorial que ela preside, em Brasília nesta sexta-feira (6). O encontro nacional de mandatárias do Partido Liberal deve reunir na capital centenas de vereadoras, deputadas e dirigentes de todo o País – e pode mostrar a força da ex-primeira-dama como articuladora política.
A programação do evento dá uma pista dos temas que Michelle prioriza em sua atuação. Estão previstas palestras sobre família, a postura da mulher na política, cancelamento social e violência política, eficiência, inclusão e voluntariado. Tratam-se de acenos aos conservadores, ao eleitorado feminino, aos defensores da iniciativa privada e às pautas sociais. Ela também lança seu livro “Edificando a nação” ao fim do dia – que carrega um léxico familiar ao público evangélico.
A ascensão de Michelle como liderança da direita veio acompanhada de uma atuação bem-sucedida à frente do PL Mulher, onde tem carta branca de Valdemar Costa Neto, presidente do partido. Michelle é apontada pela sigla como responsável pelo salto de 370% na filiação feminina. Em 2024, entrou de cabeça nas eleições municipais, gravou para candidatas, subiu em palanques e manteve em seu Instagram uma seleção de candidatas que apoiava.
A atuação recente destoa daquela que ela teve durante o governo Bolsonaro, distante das disputas políticas e dedicada principalmente às pautas sociais.
Quem convive com Michelle diz que a transformação é evidente – ela “virou a chave” e passou a atuar de forma política nos últimos anos. Os aliados da ex-primeira-dama contam que ela tomou gosto pelos palanques nas duas últimas eleições. Em 2018, quase não participou da campanha do marido; em 2022, já percorreu o País com agenda própria, especialmente no segundo turno. No ano passado, mergulhou nas eleições municipais, impulsionando candidaturas femininas, como a da deputada Rosana Valle, em Santos (SP).
Bolsonaro mencionou em algumas ocasiões a possibilidade de Michelle concorrer à Presidência. Pessoas próximas ao casal, no entanto, dizem que a preferência do ex-presidente recai sobre o filho Eduardo.
No bolsonarismo e no PL, Michelle não é uma unanimidade, e alguns falam até em racha interno entre os grupos dela e de Eduardo. A ex-primeira-dama tornou-se uma figura até temida pelo seu jeito firme e influência sobre o marido – quem se torna seu desafeto acaba extirpado do círculo próximo a Bolsonaro.
Um exemplo é o deputado federal Mario Frias (PL-RJ), que entrou em rota de colisão com Michelle depois de dizer que a “ladainha da inclusão deve ser eliminada da direita”. Michelle, que é defensora da agenda de direitos das pessoas com deficiência, publicou um vídeo com uma nota de repúdio contra o parlamentar. Depois, voltou a cobrar Frias, hoje afastado do entorno do ex-presidente, por criticar publicamente um projeto da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), sua principal aliada política.
(Com informações do jornal O Estado de S.Paulo)
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