Segunda-feira, 27 de Outubro de 2025

Home em foco Milei triunfa em eleições legislativas da Argentina e garante futuro do governo

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Indo contra as previsões pessimistas, o presidente Javier Milei conquistou uma surpreendente vitória nas eleições legislativas da Argentina neste domingo, 26. Com isso, ele ganha uma nova chance de avançar com seu plano de governo, ainda que tenha que reformá-lo.

Com 91% das urnas apuradas, o partido governista A Liberdade Avança (LLA) conquistou 40% dos votos contra 24,5% do peronismo, a principal força opositora no Congresso. O peronismo é representado por diferentes partidos em cada província, mas o Força Pátria, de fundo kirchnerista, é hoje o principal deles. Os resultados ainda são parciais.

Com isso, o governo leva 64 assentos na Câmara de Deputados contra 31 de Força Pátria. No Senado, o LLA somou 12 novos nomes. Estavam em jogo 127 dos 257 assentos da Câmara de Deputados e 24 das 72 cadeiras do Senado. O mapa exibido pelo ministério do Interior mostra quase todo o mapa argentino pintado de roxo, a cor libertária.

A vitória do governo foi em 16 das 24 províncias. Sendo elas: Tierra del Fuego, Chubut, Rio Negro, Neuquén, Província de Buenos Aires, Cidade de Buenos Aires, Mendoza, San Luis, Córdoba, Entre Ríos, Santa Fé, Misiones, Chaco, Salta, Jujuy e La Rioja.

O resultado surpreende porque, há quase dois meses, o presidente sofreu uma dolorosa derrota de 14 pontos percentuais para o peronismo na província de Buenos Aires. Com seus 40% de eleitorado, a maior província argentina é considerada um termômetro do clima nacional. Mas hoje o libertário rompeu com a hegemonia peronista na província.

Mas, em uma primeira análise, os libertários conseguiram reagir rapidamente ao golpe que sofreram e foram eficazes em ativar dois tipos de voto: o antikirchnerista e o anticaos. Ou seja, quem tem medo do retorno do movimento liderado por Cristina Kirchner e quem não quer ver o caos econômico previsto para o dia seguinte às eleições. O kichnerismo é a força mais à esquerda dentro do peronismo.

Consultoras previam que a segunda-feira seria de completo caos no mercados caso o resultado fosse de vitória do peronismo, com o dólar disparando. Esse cenário já ocorreu em eleições anteriores ganhadas pelo peronismo, como o primeiro turno das presidenciais de 2023.

A participação eleitoral foi de 67,5%. Embora seja a mais baixa desde 1983, não foi o desastre que era projetado. Analistas avisavam que uma participação abaixo de 60% poderia indicar uma mobilização peronista, enquanto acima de 65% demonstraria que o presidente conseguiu fazer seus eleitores reagirem.

O dado ainda indica uma apatia do eleitor, mas mostra os libertários foram capazes de compensar o que imaginavam que seria um revés na província de Buenos Aires vencendo em outras províncias igualmente grandes e importantes como Córdoba e Santa Fé. No fim, também levaram a histórica província peronista.

Milei costuma ser muito mais popular no interior. Ele venceu as eleições presidenciais de 2023 graças à cidade de Buenos Aires – que é diferente da província – e do interior, especialmente no oeste e do norte do país, como Salta.

Com esse resultado de hoje, ainda falta calcular o tamanho final das bancadas na Câmara de Deputados e no Senado. O presidente precisava de ao menos um terço do Congresso para conseguir avançar com suas políticas e vetos.

Mas já está claro que Milei conseguiu conter o que seria uma segunda-feira de dor de cabeça. Consultoras previam uma disparada do dólar que prometia abalar o programa econômico de Milei.

Ainda assim, o presidente terá de apresentar mudanças. Os argentinos demonstraram em pesquisas que estão descontentes com os rumos do país no momento e esperam ver os bons resultados que o libertário prometeu dois anos atrás.

Milei já adiantou que fará uma reforma em seu gabinete, algo que ele estava resistente em fazer até então. A mudança implicará uma mudança profunda na abordagem de seu governo, já que deve tirar nomes libertários para acrescentar aliados da direita e de centro. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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