Quarta-feira, 18 de Junho de 2025

Home Política Militares e advogados têm nova visão sobre chance do general Heleno ser absolvido pelo Supremo

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A percepção que até recentemente predominava entre membros da cúpula militar e entre advogados envolvidos na defesa dos investigados por participação na tentativa de golpe — de que o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teria as melhores chances de ser absolvido — sofreu uma reviravolta nos últimos dias.

Essa mudança de entendimento se intensificou após o depoimento prestado por Heleno na semana passada, que foi classificado por militares e juristas como um verdadeiro “desastre”. Mesmo com a estratégia adotada por seu advogado, que determinou que apenas ele faria perguntas durante a oitiva, a avaliação geral é de que o general se saiu muito mal.

Dentro das Forças Armadas, havia a expectativa de que o depoimento de Heleno pudesse ser uma oportunidade crucial para que ele reforçasse a narrativa de que havia sido politicamente isolado após a aproximação do governo Jair Bolsonaro com o centrão. A ideia era que o general deixasse claro que, naquele momento, já não participava das reuniões estratégicas do governo e, mais importante, que não teve envolvimento direto ou indireto com os encontros em que se articulava a tentativa de golpe. Além disso, esperava-se que ele negasse qualquer relação com o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, onde foram registradas movimentações antidemocráticas.

No entanto, segundo fontes militares e advogados de outros acusados, a resposta de Heleno a uma pergunta específica comprometeu profundamente sua defesa. Ao ser questionado sobre por que não havia solicitado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que estava sob sua chefia, a produção de documentos com conteúdo falso sobre o processo eleitoral de 2022, o general respondeu que “não havia clima” para isso. A declaração soou como uma admissão indireta de que o tema era, de fato, pauta entre os envolvidos, o que acendeu um alerta vermelho para sua situação jurídica.

Embora Heleno não tenha sido diretamente implicado nas delações feitas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, um dos elementos que mais preocupam os defensores é uma agenda atribuída ao ex-ministro, contendo supostas anotações com orientações para atacar a legitimidade das eleições e das urnas eletrônicas.

Diante de todos esses fatores, a cúpula militar, que antes enxergava em Heleno um dos nomes com maiores chances de absolvição, agora avalia que, com o tom adotado em seu depoimento, suas possibilidades de escapar de uma condenação no STF caíram de forma significativa. (Com informações da colunista Bela Megale no jornal O Globo)

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