Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de maio de 2022
O Ministério da Saúde afirmou que monitora casos suspeitos de hepatite aguda infantil de origem desconhecida no Paraná e no Rio de Janeiro. A causa da infecção registrada em crianças ainda é desconhecida, mas sabe-se que ela pode desencadear uma série de problemas, incluindo a necessidade de transplante de fígado, e pode ser fatal.
A pasta informou ainda que os Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) monitoram com a Rede Nacional de Vigilância Hospitalar qualquer alteração do perfil epidemiológico, bem como a detecção de casos suspeitos da doença. E orienta os profissionais de saúde que suspeitas sejam notificadas imediatamente.
A Secretaria do Estado do Rio de Janeiro investiga uma morte de um bebê de oito meses com suspeita de hepatite infantil de causa desconhecida. A pasta informou que a vítima era de Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro. Mais cinco casos suspeitos são investigados no Estado.
Dos outros casos acompanhados pela vigilância sanitária fluminense, estão três moradores da capital (as idades são 8 anos, 4 anos e um bebê de dois meses), um de Niterói (três anos) e outro de Araruama (dois anos).
A Secretaria de Saúde emitiu um alerta aos 92 municípios do Rio de Janeiro sobre o registro de casos.
No Paraná, o Ministério da Saúde monitora três pacientes.
Até o dia 3 de maio, mais de 200 casos foram registrados em 20 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo a maioria no Reino Unido, primeiro país a reportar a doença. Já houve pelo menos quatro mortes.
A Organização Mundial da Saúde destaca que a hepatite é uma inflamação que atinge o fígado, causada por uma variedade de vírus infecciosos (hepatite viral) e agentes não infecciosos.
A infecção pode levar a uma série de problemas de saúde, que podem ser fatais. Os vírus comuns que causam hepatite (A, B, C, D e E) não foram detectados.
Causa
Especialistas acreditam que o agente causador da doença seja um adenovírus que é transmitido por contato ou pelo ar. Embora seja atualmente uma hipótese como causa subjacente, ele não explica totalmente a gravidade do quadro clínico.
Os adenovírus são patógenos comuns – organismos que são capazes de causar doença em um hospedeiro – que geralmente causam infecções autolimitadas. Eles se espalham de pessoa para pessoa e mais comumente causam doenças respiratórias. Dependendo do tipo, também podem causar outras doenças.
Segundo a OMS, há mais de 50 tipos de adenovírus imunologicamente distintos que podem causar infecções em humanos O adenovírus mais suspeito, o tipo 41, se apresenta com diarreia, vômito e febre, muitas vezes acompanhado de sintomas respiratórios. Outra hipótese é de que haja alguma relação com o novo coronavírus.
Quando ir ao médico?
Especialistas sugerem cautela sobretudo aos pais. O infectologista Gerson Salvador afirma que as diarreias são comuns em crianças e não justificam uma visita ao médico, se não estiver acompanhada de outros sintomas, como vômito, dor abdominal e febre. Outro ponto de atenção importante, segundo ele, é observar a aparência da criança. “A icterícia ou amarelecimento da pele e dos olhos é um sinal que merece atenção”, diz o especialista do Hospital Universitário da USP. Também ficar atento ao momento em que a criança vai ao banheiro: urina muito escura e fezes mais claras merecem observação mais atenta.
Rogério Alves, gastroenterologista e hepatologista da BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo), acrescenta que o quadro de virose, como se caracteriza a hepatite aguda, acarreta falta de ânimo, mal-estar e cansaço.
As crianças pequenas, por exemplo, ficam quietas e amuadas. “No pronto-socorro, os testes do fígado aparecem bem altos, acima de mil, o que não é muito comum, mas não há nenhum sintoma muito específico”, explica.
Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que “é importante não criar alarme”. “Não há medida preventiva neste momento. É o momento de divulgar informações para que casos sejam notificados de forma correta”, diz o especialista. Medidas simples de prevenção para adenovírus e outras infecções comuns envolvem lavagem regular das mãos e higiene respiratória.
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