Segunda-feira, 11 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de agosto de 2025
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu um inquérito para investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro cometeu crime contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso se refere a uma mensagem enviada pelo ex-mandatário que associava Lula à execução de pessoas LGBQIA+ pelo regime ditatorial de Bashar al-Assad, da Síria.
Em dezembro de 2024, o ex-presidente Bashar al-Assad deixou Damasco após quase 25 anos no poder, em uma ofensiva rebelde relâmpago que deu início a um período de transição.
O pedido de investigação partiu do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que o encaminhou à direção geral da Polícia Federal (PF) em julho. O MP, no entanto, entendeu que a investigação deveria ser conduzida pela Justiça estadual e a remeteu para a Polícia Civil do Distrito Federal. Cabe à pasta pedir a abertura de inquéritos por supostos crimes contra a honra do presidente da República.
A mensagem sob investigação teria sido enviada por Bolsonaro através do aplicativo WhatsApp em janeiro. Um cidadão apresentou uma notícia crime ao Ministério Público Federal. Contudo, após manifestação do Ministério Público do Distrito Federal, que reconheceu a competência da Justiça estadual para apurar o caso, a investigação ficou sob a responsabilidade da Polícia Civil de Brasília.
Bolsonaro está em prisão domiciliar no âmbito de outro inquérito que o investiga por uma suposta articulação junto aos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras a conceder anistia a ele e outros envolvidos na trama golpista.
Neste caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes entendeu que ele descumpriu medidas cautelares impostas pela Corte ao aparecer em um vídeo incentivando manifestantes que protestavam pela anistia. Na decisão, Moraes considerou que Bolsonaro usou, por meio de terceiros, as redes sociais, o que estava vedado.
Mensagens, anotações e documentos extraídos pela Polícia Federal do telefone celular do coronel da reserva do Exército Flávio Peregrino, assessor do general Walter Braga Netto, mostram bastidores inéditos das ações golpistas realizadas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
O material também deixa evidente o incômodo dos militares com a estratégia da defesa do ex-presidente de culpá-los pelas ações.
Em uma de suas anotações, o coronel frisa que o líder dessas articulações era o ex-presidente Jair Bolsonaro e diz que os militares tentaram ajudá-lo porque “sempre foi a intenção dele” permanecer no poder mesmo após ter sido derrotado na eleição.
A informação reforça a acusação contra o ex-presidente, que será levada a julgamento no Supremo. O advogado Luís Henrique Prata, que defende o coronel Peregrino, disse que as anotações foram “formuladas com base na liberdade de expressão e no contexto da assessoria de um dos envolvidos” e citou que o principal ponto era a “lealdade dos militares na busca de soluções constitucionais naquele período e ao longo de todo governo”.
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