Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025

Home Brasil Ministério Público relata casos de tiro a curta distância e decapitação entre mortos em operação no Rio de Janeiro

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O Ministério Público do Rio de Janeiro enviou nesta quarta-feira (12) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório de atuação técnica da Promotoria em que afirma ter observado dois casos de “lesões atípicas” entre os 121 mortos na megaoperação nos Complexos da Penha e do Alemão, ocorrida em 28 de outubro.

“A maioria dos corpos exibia múltiplas tatuagens, algumas sabidamente referentes a facções criminosas e ao extermínio de policiais”, acrescentou o relatório.

O órgão pontuou casos em que as lesões “destoavam das demais”, sendo que em um deles o corpo apresentava característica de alvejamento por arma de fogo a curta distância. O outro apresentava sinais de decapitação “produzido por instrumento cortante ou contundente”, além de lesão por arma de fogo disparada a distância. Por isso, o órgão classificou os casos como “fora do contexto esperado para o confronto policial ocorrido”. Os nomes dos mortos não foram divulgados.

O relatório ainda confirmou que todos os mortos eram homens, na faixa etária entre 20 e 30 anos. Após a megaoperação, o MP acompanhou de maneira independente a necropsia nos corpos no Instituto Médico Legal (IML). A perícia foi realizada pela Polícia Civil.

Para dar prosseguimento ao trabalho, o MP sugeriu, como próximos passos, uma ‘análise minuciosa das imagens das câmeras corporais dos agentes’, bem como uma avaliação sobre o ambiente dos confrontos.

O MP registrou ainda que diversos mortos tinham “uniformes camuflados”, como botas, coletes e luvas para atiradores. Em outra parte do documento, consta a observação da “presença de múltiplas lesões de entrada e saída de projéteis, localizadas, predominantemente, em regiões do tórax, abdômen e dorso, compatíveis com confronto armado”.

O Ministério Público também informou ao ministro os próximos passos do trabalho de investigação. Os promotores vão fazer a análise minuciosa das câmeras corporais dos policiais que participaram da operação e a análise do local do confronto.

O relatório foi anexado ao processo conhecido como ADPF das Favelas – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635. Na ação, a Corte já determinou diversas medidas para redução da letalidade durante operações em comunidades do Rio de Janeiro. Moraes é o relator temporário da ação.

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