Quarta-feira, 24 de Dezembro de 2025

Home Política Ministro Alexandre de Moraes diferencia Bolsonaro de Augusto Heleno ao conceder prisão domiciliar ao general “sem risco de fuga”

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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), apontou diferenças entre os casos de Jair Bolsonaro e de Augusto Heleno ao negar o pedido de prisão domiciliar feito pelo ex-presidente e autorizar que o general da reserva cumpra sua pena em casa.

O militar estava preso no Comando Militar do Planalto e passou a cumprir prisão domiciliar na segunda-feira (22). Ele foi condenado a 21 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Moraes afirmou que o comportamento processual de Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), não indicou tentativa de obstrução da Justiça nem descumprimento de ordens do Supremo.

Também pesaram para a concessão da prisão domiciliar a idade avançada (78 anos) e a situação de saúde do general. Moraes determinou no início deste mês uma perícia médica, que confirmou o diagnóstico de doença de Alzheimer do militar.

Na decisão, Moraes comparou o caso ao do ex-presidente Fernando Collor de Mello, a quem o STF já havia concedido prisão domiciliar. Segundo o ministro, Collor reunia requisitos semelhantes, como idade avançada, quadro grave de saúde, por ser portador de doença de Parkinson e outras comorbidades, e ausência de qualquer indício de tentativa de fuga ao longo da investigação.

“A adoção de prisão domiciliar humanitária mostra‑se razoável, adequada e proporcional, sobretudo porque, além dos graves problemas de saúde e da idade avançada, não há, e jamais houve até o presente momento, qualquer risco de fuga causado pelo comportamento do apenado Augusto Heleno Ribeiro Pereira”, diz o ministro, na decisão.

No caso de Bolsonaro, Moraes citou uma condição oposta ao negar a prisão domiciliar. Em decisões anteriores, o ministro apontou reiteradamente o risco de fuga, citando a conduta do ex-presidente após o fim do mandato, a manutenção de articulações políticas e episódios considerados como afronta às decisões judiciais.

Entre eles, mencionou a tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica, documentos que apontariam intenção de ir para a Argentina e o fato de Bolsonaro ter permanecido dois dias na embaixada da Hungria, em fevereiro deste ano.

O ministro também mencionou indícios de planejamento de fuga para os Estados Unidos, onde Bolsonaro poderia se encontrar com o ex-deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, e com o ex-deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) – ambos tiveram os mandatos cassados pela Câmara dos Deputados.

“Durante a instrução processual penal, o réu Jair Messias Bolsonaro praticou tanto reiterados descumprimentos das medidas cautelares diversas da prisão quanto atos concretos visando a fuga. Os reiterados descumprimentos das medidas cautelares diversas da prisão pelo réu Jair Messias Bolsonaro acarretaram a decretação de sua prisão domiciliar em 4/8/2025. E, na sequência dos contínuos desrespeitos à lei e à Justiça, os atos concretos visando a fuga acarretaram a conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva”, disse.

O STF oficializou em novembro o fim do processo e o início do cumprimento da pena dos condenados da trama golpista. Bolsonaro cumpre pena na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde está preso desde o dia 22 de novembro.

A defesa pede que ele cumpra prisão domiciliar por razões de saúde. O ex-presidente tem complicações em decorrência das cirurgias feitas após a facada na barriga que recebeu nas eleições de 2018.

Advogados também pediram autorização para que o ex-presidente seja submetido a uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral, além de intervenções complementares. Bolsonaro será internado nesta quarta (24) e submetido à cirurgia nesta quinta (25). (Com informações da Folha de S.Paulo)

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