Quarta-feira, 05 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de outubro de 2022
Em palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a criticar adversários, a imprensa, o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles e outros pares de profissão a quem chamou de “economistas do PT”.
Guedes mencionou a queda do desemprego, o alívio recente na inflação e a perspectiva de que o PIB pode crescer 3%, segundo ele, neste ano. Em relação a projeções de mercado, “Todas foram erradas”, afirmou.
O ministro criticou também a atuação da imprensa. “Nos ajudem, vamos falar um pouquinho de verdade, não precisa muito, só um pouquinho já ajuda”, disse.
O ministro voltou a afirmar que salário mínimo e aposentadoria serão corrigidos acima da inflação, após reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” falar que a área econômica do governo estudava promover uma desindexação. Guedes insinuou, de novo, que haveria “petistas infiltrados” na produção de certas propostas.
“Pandemia passou”
“Agora que a pandemia passou, vamos dar aumento acima da inflação”, disse, repetindo a mesma afirmação para o funcionalismo público. “Deram a contribuição deles, ficaram sem aumento na pandemia”, afirmou, citando
também que houve crescimento da produtividade desses funcionários, o que justificaria o reajuste real.
“Vamos falar a verdade, vamos deixar uma eleição justa acontecer e respeitar o resultado”, disse Guedes. Mas “se as pessoas estão saindo o tempo todo das quatro linhas [da Constituição]”, afirmou, “é muito ruim para todo mundo”.
Guedes criticava propostas que chamou de “economistas do PT”, em referência ao documento “Contribuições para um governo democrático e progressista”, assinado por nomes como Bernard Appy, Persio Arida, Marcelo
Medeiros, entre outros. Esses economistas não são do PT – Appy foi secretário de Política Econômica do então Ministério da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva –, mas declararam apoio à candidatura petista.
Appy, que é diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), disse que o documento não tem relação com a campanha de Lula. “É uma iniciativa pessoal de um grupo de técnicos, sem qualquer vinculação partidária. Nem a
campanha do Lula, nem o PT (ou qualquer outro partido) teve qualquer influência na elaboração do documento”, afirmou.
Guedes voltou a criticar também Henrique Meirelles, criador do teto de gastos, ex-presidente do Banco Central em governos Lula e ex-ministro da Fazenda no governo de Michel Temer. “Não foi um bom engenheiro que fez esse
teto, muito menos um economista”, afirmou.
Guedes disse que governo e equipe estão “fazendo tudo na direção correta, só não conseguimos fazer na intensidade necessária porque a covid nos atrapalhou, mas já estamos em velocidade de cruzeiro”. O ministro afirmou que a reforma tributária “tem que fazer já”, reduzindo impostos sobre as empresas e tributando lucros e dividendos.
Desoneração
Questionado sobre a desoneração da folha de pagamentos, que foi prorrogada até 2023 para 17 setores da economia, Guedes disse que “o diagnóstico está claro” e que “esses encargos sociais trabalhistas são armas de destruição em massa de empregos”.
“Eu tentei abordar o tema, aparentemente fui infeliz, estou quieto. Mas esse tema é inquestionável, vamos ter de chegar a ele de novo, possivelmente na reforma tributária”, afirmou, acrescentando que “em quanto tempo, é a
janela política que vai dizer”.