Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 4 de agosto de 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (4) que um acordo de cooperação sobre minerais críticos e terras raras pode ser firmado com o governo dos Estados Unidos como parte da negociação sobre o tarifaço americano. A medida está prevista para entrar em vigor nesta quarta-feira (6).
Em entrevista à BandNews, ao ser questionado sobre eventuais pontos que podem ser levados à mesa de negociação, Haddad citou os minerais, que são essenciais para produção de baterias elétricas e setor de inteligência artificial.
“Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais, podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, disse.
Os Estados Unidos estão interessados em realizar acordos com o Brasil em torno dos chamados minerais críticos e estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras.
Mais cedo, Haddad afirmou que o plano de contingência traçado pelo governo para ajudar empresas e setores afetados pelo tarifaço de Trump sobre produtos brasileiros exportados para os EUA está pronto. A intenção do Palácio do Planalto é anunciar o plano de mitigação até quarta-feira, a data marcada para as tarifas entrarem em vigor.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, que vem liderando as negociações com os EUA também disse que o plano está pronto e adiantou que ele envolve crédito em condições especiais e compras governamentais.
Segundo Haddad, é possível que outros produtos, além dos que já apareceram na lista de exceções do decreto de Trump, também sejam poupados do tarifaço americano até esta quarta. Ele reiterou que o governo seguirá na mesa de negociações, mas que não haverá acordo caso os o governo americano insista com os termos que estão postos atualmente.
“Eu creio que alguma coisa ainda pode acontecer [novas exceções] até o dia 6. Pode acontecer, mas estou dizendo que não trabalhamos com data fatídica, não vamos sair da mesa de negociação, até que possamos vislumbrar um acordo, que precisa de interesses em comum. Nesses termos, o Brasil, evidentemente, não vai fazer um acordo, porque não tem o menor sentido na taxação que está sendo imposto ao país”, afirmou.
Diferente do que aconteceu em outros países, a taxação brasileira foi justificada também por fatores políticos, neste caso, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
O governo brasileiro enfrenta uma semana decisiva na negociação em torno da taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos na última semana. Alguns setores como, suco de laranja e aviação civil ficaram de fora (mais de 700 setores no total). A medida entra em vigência nesta quarta-feira.
Apesar das declarações de Haddad, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitem serem muito remotas as chances de um alívio na taxação de 50% anunciada a importações do país e correm para fechar os últimos detalhes do pacote de socorro a empresas afetadas.
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