Segunda-feira, 02 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 14 de junho de 2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nessa quarta-feira (14) a elevação na perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil dada pela agência de risco S&P. Ele previu que o país vai retomar o grau de investimento.
A perspectiva do Brasil subiu de estável para positiva. Não havia uma revisão para cima desde 2019.
A avaliação da classificação de risco significa a percepção da agência sobre a capacidade de o Brasil honrar suas dívidas. Fundos de investimento buscam países com melhores notas.
Haddad dividiu os méritos com Judiciário e Congresso, em razão de medidas tomadas nos últimos meses e que, segundo o ministro, melhoraram o ambiente econômico.
“Passo importante. Depois de 4 anos, ter uma sinalização dessas. Gostaria de compartilhar com Congresso e o Judiciário. As iniciativas que estão sendo tomadas na direção correta de arrumar contas do Brasil e permitir que a gente possa avançar com geração de emprego”, afirmou o ministro.
Ele citou nominalmente os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Haddad lembrou que a agência fez menção ao arcabouço fiscal, já aprovado na Câmara.
“Menção à nova regra fiscal, foi feita menção às perspectivas de aprovação da reforma tributária, às medidas de reoneração, de corte de gasto tributário. Tudo isso foi mencionado na nota. Importante que uma agência externa consiga observar esses avanços. Se mantivermos ritmo de trabalho, nas duas Casas e no Judiciário, quero crer que vamos conseguir atingir nossos objetivos”, completou.
Grau de investimento
O grau de investimento é um selo dado pela agência de risco, que significa que o país atingiu maiores níveis na escala de bom pagador.
O Brasil obteve o grau de investimento em 2008, no segundo mandato do governo Lula. E perdeu o selo em 2015, no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Haddad foi questionado por jornalistas na porta do Ministério da Fazenda sobre a volta do grau de investimento.
“O Brasil vai retomar o grau de investimento. Não tem cabimento este país não ter grau de investimento. Não deve um dólar no exterior, é credor internacional, não tem grau de investimento. Tem inflação menor que Europa e Estados Unidos. Vem uma sinalização positiva. Depois, se aprovar a reforma tributária, vai vir mudança de degrau. Dali a pouco, sobe um segundo degrau. O absurdo é não termos [grau de investimento]”, respondeu o ministro.
“Faltando” o Banco Central
Após elogiar a harmonia entre os três Poderes, o ministro da Fazenda disse que “está faltando o Banco Central se somar a esse esforço”.
“Quero crer que nós estamos prestes a ver isso acontecer, na hora em que estivermos todos alinhados, a coisa vai começar a prosperar”, afirmou.
Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% – patamar que tem sido alvo de críticas do presidente Lula e de ministros do governo.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros, está marcada para os dias 20 e 21 de junho.
Na avaliação feita pela agência de risco S&P, porém, há menção à importância de um banco central autônomo para a sustentabilidade do rating (nota de crédito).
“A forte posição externa do Brasil, uma taxa de câmbio flexível e um regime de política monetária baseado em uma estrutura de metas de inflação conduzida por um banco central autônomo sustentam os ratings”, diz o documento.
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