Sexta-feira, 04 de Outubro de 2024

Home Mundo Ministro das Relações Exteriores alinhou o seu discurso ao tom adotado por Lula e classificou os ataques em Israel como “atos terroristas”

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, alinhou o seu discurso ao tom adotado pelo presidente Lula e classificou os ataques em Israel como “atos terroristas”. Formalmente, o Itamaraty não tem usado o termo e explicou que faz a classificação de acordo com o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

No entanto, o chanceler, em reuniões internas, tem se referido ao conflito na região como ato terrorista. Vieira, porém, mantém a cautela de não fazer referência direta ao Hamas. A reunião da sexta-feira, 13, do Conselho de Segurança da ONU terminou sem resolução sobre o conflito. A diplomacia brasileira negocia um texto e busca consenso acerca dos termos a serem utilizados.

Interlocutores do Itamaraty tiveram a certeza de que Lula acompanha a cobertura em tempo real. Logo que acabou a reunião na sexta-feira, o telefone de Mauro Vieira tocou. Era o presidente querendo saber os detalhes.

Neste início de semana, o chanceler tem reuniões com representantes da comunidade judaica no Brasil, com a coordenação sobre a repatriação dos brasileiros e audiência pública na Comissão das Relações Exteriores do Senado, para explicar as medidas do País.

Reunião

Vieira falou com jornalistas ao final da reunião do Conselho de Segurança da ONU, que durou cerca de duas horas e meia, dizendo que o Brasil vai continuar trabalhando de perto com todas as delegações visando uma posição conjunta.

“O Brasil, na presidência do Conselho de Segurança, convocou a reunião de hoje [sexta]. É a segunda vez que o conselho se reúne na atual situação trágica em Israel e Gaza”, afirmou. “Na consulta fechada de hoje, os membros do conselho tiveram um briefing do próprio secretário-geral António Guterres, pessoalmente. No diálogo que se seguiu, os Estados membros tiveram a oportunidade de trocar opiniões no final”.

Vieira afirmou também que foi à ONU para transmitir o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para “uma ação humanitária multilateral para encerrar o sofrimento de civis envolvidos pelas hostilidades” que estão ocorrendo no conflito. Ele ainda ressaltou o apelo do presidente Lula pela “imediata e incondicional” libertação de civis que foram capturados como reféns pelo Hamas e levados para a Faixa de Gaza.

Negociações

Nesse domingo (15), por iniciativa do Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, manteve uma conversa telefônica com o ministro Mauro Vieira, informou a chancelaria russa. O Conselho de Segurança das Nações Unidas, cuja presidência foi assumida pelo Brasil em outubro, solicitou esforços internacionais para dissuadir o conflito Israel-Hamas, resssaltou a entidade em comunicado.

Na esteira dos últimos desdobramentos, os ministros russo e brasileiro discutiram detalhadamente o conflito e realizaram uma troca de pontos de vista sobre a situação atual na zona de conflito e possíveis novas medidas no sentido de reduzir a tensão na região.

As autoridades sublinharam “a necessidade urgente de garantir a proteção dos civis e de evitar que a crise alastre a outros países da região”.

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