Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 4 de agosto de 2025
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou, nesta segunda-feira (4), que a Constituição brasileira “não está em mesa de negociação”, ao mencionar a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Para o chanceler, a soberania brasileira “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”.
“Nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar cujos responsáveis estão hoje no banco dos réus em processos transparentes, transmitidos pela TV em tempo real, com direito a ampla defesa e com pleno respeito ao devido processo legal. A constituição cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação. Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”, disse.
Vieira ainda disse ter orgulho de defender a “soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras”. A declaração ocorreu durante uma sessão solene em celebração aos 80 anos de fundação do Instituto Rio Branco e acontece após uma escalada na tensão entre Estados Unidos e Brasil.
Na última quarta-feira (30), o presidente do país norte-americano Donald Trump oficializou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. As taxas serão aplicadas a partir da próxima quarta-feira (6).
Diálogo e multilateralismo
Na noite desta sexta-feira (1°), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que sempre esteve aberto ao diálogo, após Trump dizer que o mandatário brasileiro poderia ligar para ele “a qualquer momento”.
Dois dias depois, em evento do PT, Lula defendeu que o Brasil tenha uma postura firme, mas equilibrada, nas negociações internacionais. “Tenho um limite de briga com o governo americano. Não posso falar tudo que penso, falo o que é necessário”, afirmou.
“Os Estados Unidos são grandes, são os mais bélicos, mais tecnológicos, maior economia do mundo, mas queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Nós temos interesses econômicos, estratégicos. Não somos uma republiqueta”, acrescentou o presidente. Na mesma linha de Lula, Mauro Vieira defendeu que o diálogo é a solução para a negociação com os EUA.
“Queremos usar todas as palavras do dicionário para negociar soluções e encaminhar os desafios dessa nossa época. É esse o nosso dever de ofício como diplomatas, a palavra é a arma da diplomacia e os seus campos de batalha tem geometria variável, seguiremos atuantes em todas as frentes necessárias, mas de nossa parte, daremos sempre preferência ao encaminhamento multilateralmente ordenado dos problemas internacionais”, disse.
“O Brasil defende o multilateralismo porque a alternativa a ale é o arbítrio unilateral e a lei da selva e é para termos uma ordem nacional”, concluiu.
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