Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de dezembro de 2025
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da acareação entre investigados no âmbito das apurações envolvendo o Banco Master. O pedido, no entanto, foi negado pelo ministro Dias Toffoli, relator do caso na Corte, que decidiu manter a audiência previamente agendada para a próxima terça-feira (30).
Na quarta-feira (24), Toffoli havia determinado a realização da acareação como parte das diligências do processo. A audiência reunirá, por meio de videoconferência, o sócio do Banco Master, Daniel Vorcaro; o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa; e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. O objetivo do procedimento é confrontar versões apresentadas nos depoimentos já colhidos ao longo da investigação.
A acareação integra um conjunto de medidas adotadas no inquérito que apura suspeitas de fraudes financeiras de grande escala, envolvendo a possível movimentação de cerca de R$ 17 bilhões. Segundo as investigações, os valores teriam circulado por meio da emissão e negociação de títulos de crédito considerados irregulares ou falsos.
Os investigados são alvos de apuração da Polícia Federal desde 2024, no contexto da Operação Compliance Zero, deflagrada em 18 de novembro de 2025. Durante a operação, Daniel Vorcaro foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A prisão ocorreu um dia após a Fictor Holding Financeira anunciar a intenção de adquirir o Banco Master, que havia sido submetido a um processo de liquidação extrajudicial.
Além de Vorcaro, também foram presos outros sócios ligados ao grupo investigado: Augusto Ferreira Lima, Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva. Posteriormente, todos obtiveram autorização da Justiça Federal para responder ao processo em liberdade, sob medidas cautelares. Entre as restrições impostas estão o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de atuar no sistema financeiro, o impedimento de manter contato com outros investigados e a vedação de saída do país.
O ministro Dias Toffoli é o relator do caso no STF, que tramita sob sigilo judicial. A condução do processo pela Suprema Corte foi definida após o acolhimento de um pedido da defesa de Daniel Vorcaro, que solicitou a remessa do inquérito ao STF. A justificativa para a mudança de instância foi a menção, nos autos, ao envolvimento de um deputado federal, o que atrai a competência do Supremo em razão do foro por prerrogativa de função. (Com informações da Agência Brasil)