Segunda-feira, 16 de Junho de 2025

Home em foco Ministro do Tribunal de Contas da União diz que Bolsonaro pode ficar com segundo pacote de joias sauditas

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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes decidiu que Jair Bolsonaro está proibido de usar ou vender o segundo pacote de joias trazido da Arábia Saudita por assessores do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e que não foi incorporado ao patrimônio da União.

O despacho de Nardes, incluído no início da noite de quinta (9) no sistema eletrônico da corte de contas, estabelece que o ex-presidente pode ficar como depositário das joias, mas sem o direito de usá-las.

A manifestação responde a um pedido da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) para que o pacote de joias seja confiscado. Nardes, notório por sua simpatia por Bolsonaro, não atendeu ao pedido.

Assim que ele foi sorteado como relator no sistema do tribunal, inclusive, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) pediu a suspeição de Nardes para julgar o caso. O pedido do senador tem como base um áudio de teor golpista de Augusto Nardes que veio à tona no ano passado, após Jair Bolsonaro ser derrotado nas eleições.

O estojo contendo relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard, foi trazido para o Brasil na mesma viagem que as joias de diamante da mesma marca foram apreendidos pela Receita Federal, em outubro de 2021.

Assim como as joias destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, elas vieram pela comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Depois que o caso foi revelado pelo jornal O Estado de São Paulo, Bolsonaro negou ter recebido esse segundo pacote de joias. Quando vieram à tona documentos mostrando que o conjunto estava em seu acervo privado, Bolsonaro voltou atrás, confirmou que está com as joias, e seus advogados passaram a argumentar que se tratam de “itens de caráter personalíssimos”, o que em tese, o liberaria para ficar com eles.

Hamilton Mourão

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse nesta quinta-feira (9) que o caso envolvendo as joias enviadas pela Arábia Saudita a Jair Bolsonaro pode ter consequências para aliados do ex-presidente. Ao ser questionado sobre o papel dos militares e o fato de o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque ter atuado na intermediação da entrega de pedras preciosas, Mourão fez a seguinte avaliação: “A corda vai acabar arrebentando do lado mais fraco”.

Antes, o senador evitou fazer um julgamento sobre a postura de Boslonaro no episódio.

“É um caso complicado. Eu era vice-presidente do Bolsonaro e fica muito chato tecer alguma consideração a esse respeito sem ter todos os dados”.

Entre os presentes dados ao ex-presidente estão um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça Chopard. Como o conjunto foi considerado pelo antigo governo como regalo “personalíssimo”, estão em posse de Bolsonaro. Essas peças, contudo, foram incorporadas ao acervo pessoal de Bolsonaro após entrarem no país sem serem declaradas à Receita pela comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque.

Além desses itens, o governo da Arábia Saudita também enviou outro presente. Um pacote continha um conjunto de joias e relógio avaliados em R$ 16,5 milhões, que seria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e foi retido no Aeroporto de Guarulhos pela Receita Federal ao revistar a bagagem de um assessor de Albuquerque.

Questionado se aceitaria joias de valor milionário, Mourão respondeu em tom bem-humorado. “A Arábia Saudita não iria me dar joias.”

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