Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2025

Home Política Ministros de Lula não querem ser candidatos a governador, mas circunstâncias podem obrigá-los a duelar com Tarcísio e Ciro Homes

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No café da manhã da última sexta-feira (19) com jornalistas, virou notícia a frase de Lula sobre uma possível candidatura em São Paulo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas passou despercebida as falas sobre outro petista graúdo da Esplanada: o ministro da Educação, Camilo Santana, com quem o presidente disse que precisa conversar sobre a eleição do ano que vem.

O que está por trás da indireta são quatro pesquisas divulgadas recentemente no Ceará. O Ipsos-Ipec apontou que o neotucano Ciro Gomes — hoje arquirrival da esquerda e em flerte aberto com o bolsonarismo — aparece com 44% das intenções de votos na disputa pelo comando do Estado, dez pontos percentuais à frente do atual governador Elmano de Freitas (PT). Nas últimas semanas, os institutos Real Time Big Data e o Paraná Pesquisas divulgaram números que apontaram na mesma direção, mas também testaram cenários em que Camilo Santana, eleito senador em 2022, aparece como o único capaz de vencer Ciro.

Atualmente, Elmano é apenas o décimo governador mais bem avaliado do Brasil, indica pesquisa feita pelo Atlas/Intel essa semana. O petista vem tentando aumentar a sua popularidade com um discurso mais linha-dura na área da segurança. Em outubro — dias depois da operação que matou 122 pessoas no Complexo do Alemão, no Rio —, a polícia cearense executou sete integrantes do Comando Vermelho. “Perderam a vida porque resolveram enfrentar a Polícia Militar”, disse Elmano, durante entrevista para a TV Verdes Mares Cariri, em declaração que gerou forte reação na esquerda.

Embora esteja dizendo que não quer ser candidato, Camilo vem deixando aberta a possibilidade de voltar a concorrer ao cargo que ocupou entre 2015 e 2022 — “a política é dinâmica”, disse. O tema ganhou tração na Assembleia Legislativa cearense essa semana, em discursos feitos por opositores do PT provocando o ministro da Educação pela declaração.

Em São Paulo, o estímulo para vestir Haddad no figurino de candidato obedece a outra dinâmica. Além de montar um forte palanque contra a reeleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou outro nome de direita que o governador apoie, há também o desejo de impedir que o ministro coordene a campanha pela reeleição de Lula. Haddad já deixou claro que não quer disputar e abrir brecha para a hipótese de uma quarta derrota consecutiva em corridas para o Executivo (prefeitura de São Paulo, em 2016, presidência da República, em 2018, e governo de São Paulo, em 2022).

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT), vocaliza o sentimento geral no partido de querer empurrar o ministro para as urnas paulistas.

“O PT não pode se dar o luxo de não ter Haddad nas eleições. Se de vontade se trata, ninguém tem vontade de concorrer. É uma disputa difícil, mas vai chegando perto e vai nascendo um chamado, uma disposição”, afirma, em sintonia com o pensamento de figuras relevantes da legenda como o presidente do PT, Edinho Silva, e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Até agora, a campanha de Lula para 2026 tem poucas definições. Ainda não é possível dizer se Geraldo Alckmin (PSB) será candidato a vice-presidente de novo, muito menos quem vai coordenar a campanha do petista — em 2022, a função coube à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman. Na comunicação, no entanto, já há rumos mais definidos sendo traçados. (Com informações do jornal O Globo)

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