Sábado, 13 de Setembro de 2025

Home Política Ministros do Supremo afirmam receber com indiferença novas ameaças do governo americano

Compartilhe esta notícia:

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmam que as novas e repetidas ameaças de autoridades do governo Donald Trump estão sendo recebidas com “indiferença” pela Corte.

Um deles diz acreditar que, “aos poucos, a ficha deles vai caindo para perceber que essa chantagem não mudou, nem mudará, nada nas atitudes do tribunal”.

Bolsonaro não apenas foi condenado como começará a cumprir a sua pena em regime fechado daqui a pouco tempo, quando os embargos apresentados por sua defesa forem julgados.

A anistia não será aprovada pelo Congresso, já que enfrenta resistência no Senado, e um eventual futuro indulto presidencial a Bolsonaro será derrubado no próprio STF, afirma outro magistrado.

Além disso, os ministros já se prepararam para a eventualidade de serem sancionados pela Lei Magnitsky, que visa sufocar financeiramente os atingidos. Conversaram com banqueiros, autoridades econômicas e especialistas e têm segurança de que podem seguir vivendo normalmente, mesmo sendo atingido por ela e apesar das dificuldades pontuais que podem eventualmente enfrentar.

A maior prova de que o STF seguirá sem recuos, dizem, foi a presença dos ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso na sessão de julgamento de Bolsonaro.

Embora não façam parte da Primeira Turma, que julgou o ex-presidente, eles fizeram questão de estar ao lado dos magistrados que participavam da análise da ação penal.

Depois da condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, o chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, afirmou em seu perfil no X (antigo Twitter) que “as perseguições políticas pelo violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, enquanto ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”.

Em seguida, afirmou: “Os Estados Unidos responderão adequadamente a esta caça às bruxas”.

Outras autoridades de escalão inferior, inclusive ligadas a ele, também postaram mensagens, bem como parlamentares republicanos.

Donald Trump se disse surpreso com o resultado do julgamento, mas não respondeu se aplicaria ou não novas sanções aos ministros.

Já deputados democratas lançaram uma carta na noite de quinta (11), logo depois da condenação de Jair Bolsonaro pelo STF, afirmando que Trump abriu uma guerra comercial para “defender o seu colega líder da tentativa de golpe”.

Eles pedem que Trump encerre “imediatamente seus esforços para minar a democracia brasileira”, suspendendo “tarifas ilegais que afetam a economia americana”.

Afirmam ainda que o STF considerou Bolsonaro “culpado de conspirar para derrubar os resultados das eleições presidenciais de 2022” e que os EUA “devem apoiar o povo brasileiro neste momento em que começa a superar essa ameaça à sua democracia”.

Segundo eles, Trump atingiu também “as famílias americanas, que foram afetadas pelo que são, na prática, impostos”.

“Os interesses econômicos e de segurança nacional dos EUA sofreram danos colaterais, uma vez que o Brasil exporta cada vez mais os seus produtos para a China em detrimento dos Estados Unidos”, dizem.

O documento é assinado pelos deputados Gregory W. Meeks, membro do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, Joaquin Castro, membro do Subcomitê do Hemisfério Ocidental, e Sydney Kamlager-Dove, co-presidente do Brazil Caucus, frente suprapartidária que trata das relações com o Brasil. (Com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Saiba o que falta o Supremo julgar sobre a tentativa de golpe de Estado
Após condenação de Bolsonaro, Embaixada dos Estados Unidos no Brasil reforça críticas a Alexandre de Moraes
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play
Ocultar
Fechar
Clique no botão acima para ouvir ao vivo
Volume

No Ar: Programa Show de Notícias