Quarta-feira, 25 de Junho de 2025

Home Política Minuta do então ministro da Justiça era “semelhante” à mostrada por Bolsonaro em reunião, diz o então comandante do Exército Brasileiro

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O ex-comandante do Exército general Freire Gomes afirmou nessa terça-feira (24), durante acareação com o ex-ministro Anderson Torres no Supremo Tribunal Federal (STF), que a minuta golpista encontrada na casa de Torres era “semelhante” ao documento mostrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em uma reunião em dezembro de 2022. Na ocasião, o ex-mandatário apresentou um plano golpista aos comandantes das Forças, conforme depoimentos.

“A testemunha diz que a minuta apresentada no dia 7 teria o conteúdo semelhante à encontrada na residência do réu Anderson Torres. A testemunha não diz que as minutas são iguais ou com conteúdos idênticos. Mas sim, que os conteúdos são semelhantes”, informa a ata da reunião, que não foi gravada por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Em audiência de instrução no Supremo, o general já havia dito que não saberia confirmar se o documento era exatamente o mesmo, mas que o conteúdo era similar.

“Eu não me lembro ipsis litteris dos documentos pra comparar, não tenho essa capacidade. O que eu sei, sim, é que o conteúdo, em termos gerais, era muito parecido ou tinha pontos idênticos. (…) Não sei quem foi o autor, não sei se foi apreendido e esse documento não me foi apresentado por ele”, disse Freire Gomes na ocasião.

Durante a acareação, ele reiterou o entendimento:

“Quando a testemunha teve contato com a minuta encontrada na casa do réu Anderson Torres, verificou que se tratava do mesmo assunto constante naquele documento do dia 07/12, ou seja, a possibilidade de decretação do estado de sítio e GLO [Garantia da Lei e da Ordem]. Em virtude disso, a testemunha reafirma que entende que os documentos tem conteúdo semelhante, pois tratam do mesmo assunto, em que pese jamais ter afirmado que se trata do mesmo documento”, pontua a ata.

Ao longo de todo o processo, Anderson Torres afirmou que o documento encontrado em sua casa foi entregue em seu gabinete no Ministério da Justiça, e que eventualmente levava pastas para sua residência. O ex-ministro afirma que nunca tratou do teor do documento com ninguém.

Reuniões

O general afirmou que Torres não participou de reuniões com a presença do ex-presidente Bolsonaro nos dias 7 e 14 de dezembro em que ações golpistas teriam sido discutidas. Freire Gomes afirmou que se recorda de ter participado de encontros com outros ministros com a presença de Torres, “onde assuntos diversos eram tratados, inclusive a possibilidade de decretação de GLO”.

“Nessas reuniões ministeriais, recorda-se que o réu Anderson Torres se manifestou, até pelo fato de na época ser Ministro da Justiça e Segurança Pública. A testemunha reitera o seu depoimento judicial onde afirmou que o réu Anderson Torres, na sua presença, jamais incentivou qualquer ato fora da legalidade. A testemunha esclarece, ainda, que nessas reuniões com o réu Anderson Torres, a discussão sobre GLO dizia respeito sobre a instabilidade de segurança no país naquele momento, diferentemente das discussões tratadas a partir da reunião do dia 07/12, onde outros aspectos foram levantados”, informa a ata da acareação.

O advogado Eumar Novack, que defende Torres, afirmou que o saldo da acareação foi “positivo” e melhor do que o esperado. (Com informações do jornal O Globo)

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