Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de novembro de 2025
Os riscos climáticos podem reduzir o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em até 20% até 2050, segundo relatório da Moody’s Rating divulgado nesta terça-feira (11). As inundações, secas e incêndios florestais ameaçam a agricultura, a geração de energia hidrelétrica e o ecossistema amazônico, enfraquecendo seu papel como reservatório de carbono.
De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), seria necessário investir de 0,25% a 0,5% do PIB por ano na adaptação agrícola para evitar perdas de produtividade.
“O setor agroalimentar é um dos mais expostos aos riscos físicos climáticos”, diz o relatório, lembrando que ele representa cerca de 8% do PIB, 16% do emprego e 40% das exportações do país. Somando processamento e distribuição, o agronegócio responde por até 30% da economia brasileira.
Sem medidas de adaptação, a produção agrícola nacional pode cair até 2%, elevando as importações. Os impactos tendem a ser mais severos nas regiões mais pobres, como o Nordeste, mas também já atingem o Sul e o Sudeste, como nas enchentes do Rio Grande do Sul em 2024.
A Moody’s alerta que o desmatamento da Amazônia, que já perdeu 17% de sua área original, pode atingir um ponto de não retorno se ultrapassar 20%, transformando-se em savana e alterando o regime de chuvas em toda a América do Sul.
Além dos riscos físicos, o relatório destaca a necessidade de investimento energético: o Brasil precisará aplicar entre 1% e 2% do PIB por ano até 2030 para cumprir a meta de emissões líquidas zero em 2050. O governo deve financiar 40% desse valor, o setor privado 60%.
O país está entre os dez maiores emissores globais de gases de efeito estufa. A agricultura e o uso da terra respondem por 60% das emissões, enquanto o setor de energia representa 5%, com potencial de ampliação de fontes solar e eólica.
Na atualização da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada), apresentada em novembro de 2024, o governo brasileiro prometeu reduzir entre 59% e 67% das emissões até 2035, em relação aos níveis de 2005.
No entanto, observatórios independentes consideraram essas metas de redução de emissões insuficientes. Segundo estudo da Universidade de Oxford , eliminar o desmatamento é a ação mais eficaz e econômica para alcançar o carbono zero até 2050.
COP30
O ministro das Cidades, Jader Filho, disse que as cidades têm que estar no centro das discussões da COP30, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (11).
“Essa precisa ser a COP da floresta, mas precisa ser também a COP das cidades”, falou o ministro.
Jader ressaltou que a maioria das emissões do mundo todo são provenientes das cidades e, por isso, o poder a nível municipal precisa estar engajado e participar das decisões tomadas para combater as mudanças climáticas. “Se não compreendermos isso, dificilmente as NDCs serão alcançadas”, completou.
O ministro de Cidades também pediu pelo financiamento das ações climáticas: “Como vamos falar de resiliência e adaptação se não tivermos recursos para que os municípios façam as obras necessárias?”