Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de fevereiro de 2022
O mundo registrou 14,3 mil mortes por covid na última terça-feira (1º), o maior número de óbitos em um único dia desde 7 de maio de 2021, apontam dados do “Our World in Data”, projeto ligado à Universidade de Oxford.
Na ocasião, a Índia era devastada pela variante delta do novo coronavírus e o Brasil ainda sofria com a gama (também conhecida como P.1). Agora, quase nove meses depois, o mundo sente os efeitos da proliferação da variante ômicron, que é muito mais transmissível.
O número de novos casos já começam a indicar uma trajetória, mas as mortes continuam crescendo em quase todos os países. A média de novos infectados está em 3,13 milhões por dia, uma queda de quase 9% em relação ao recorde de 3,43 milhões registrados em 24 de janeiro.
Vacinação x variantes
Apesar da alta no número de óbitos, o atual patamar (14,3 mil) ainda está abaixo do recorde de vítimas da pandemia (18 mil), registrado em 20 de janeiro de 2021.
O recorde foi atingido no auge da variante beta nos Estados Unidos e na Europa, durante o inverno no hemisfério norte, quando a vacinação contra a covid ainda engatinhava no mundo.
Com o avanço da imunização, o número de vítimas da pandemia não tem crescido na mesma proporção da explosão no número de infectados.
A atual média de novos casos com a variante ômicron (3,13 milhões por dia) é mais que o triplo dos picos das ondas anteriores, em janeiro e abril de 2021 (827 mil). Na ocasião, o maior número de mortes registrado em um único dia foi 15,9 mil, em 29 de abril.
OMS
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que é “prematuro” celebrar vitória contra a covid e abandonar o esforço que vem sendo feito para deter a transmissão do vírus.
“Estamos preocupados que uma narrativa tenha se consolidado em alguns países que, por causa das vacinas e devido à alta transmissibilidade e menor gravidade da ômicron, a prevenção da transmissão não é mais possível e não é mais necessária. Nada poderia estar mais longe da verdade”, alertou o diretor da OMS.
Tedros lembrou que o vírus continuará a evoluir e que os países precisam continuar vigilantes. “Continuem testando, vigiando e sequenciando. Não podemos combater esse vírus se não soubermos o que ele está fazendo”, disse.
O diretor da OMS destacou que, desde que a ômicron foi identificada pela primeira vez, há 10 semanas, quase 90 milhões de casos foram relatados à OMS, mais do que em todo o ano de 2020. E que agora estamos começando a ver um aumento muito preocupante nas mortes.
“Mais transmissão significa mais mortes. Não estamos pedindo que nenhum país retorne ao lockdown, mas estamos pedindo que os países protejam seus povos usando todas as ferramentas, não apenas as vacinas”, alertou Adhanom.