Terça-feira, 13 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de agosto de 2023
Mais de cinco anos após o último confronto em campo, ainda por PSG e Real Madrid, Neymar e Cristiano Ronaldo se reencontrarão em um destino impensável até bem pouco tempo atrás. O português puxou a fila dos grandes jogadores que deixam a Europa rumo à Arábia Saudita ao se transferir para o Al-Nassr no início deste ano. De lá para cá, outros fizeram esse trajeto, agora repetido pelo brasileiro, novo camisa 10 do Al-Hilal, o principal rival do time de CR7. Com salários multimilionários e a missão de promover o futebol saudita pelo globo, os dois devem duelar em novembro, em partida da liga local.
Os contextos que os levaram à capital do país, Riad, são bem diferentes. Já espreitando o fim da carreira, aos 38 anos, Cristiano passou pela Juventus e pelo Manchester United, com resultados abaixo do esperado para um jogador que já foi eleito pela Fifa cinco vezes o melhor do mundo. Já Neymar, sete anos mais novo e podendo atuar em alto nível por mais tempo, viu a relação de altos e baixos com o PSG caminhar para o divórcio amigável. Mas não encontrou novo lar na Europa.
Dentro de campo, os dois já se enfrentaram oito vezes, com quatro vitórias para cada, entre duelos pelo Espanhol e a Liga dos Campeões. O português leva vantagem nas participações em gols: foram oito, sendo sete gols e uma assistência, contra seis do brasileiro (um gol e cinco assistências).
Comparando as duas trajetórias na Europa, Cristiano Ronaldo tem números mais expressivos entre 2013 e 2022, período em que os dois desfilaram seu futebol no continente de forma simultânea. Foram 481 jogos e 377 gols marcados, com média de 0,78 por partida. Já Neymar tem 349 compromissos na conta e balançou as redes 220 vezes, o que resulta em média de 0,63.
Em títulos conquistados, quem leva a melhor é o brasileiro, que tem 20 contra 17 do português. Mas Cristiano Ronaldo foi tetracampeão da Champions e tricampeão do Mundial de Clubes no período, enquanto Neymar levantou cada taça dessas somente uma vez.
CR7 também se destaca nos prêmios individuais: são três Bolas de Ouro e cinco troféus de melhor do mundo da Fifa. Neymar não venceu nenhuma das honrarias, com o terceiro lugar como a melhor colocação.
Se, como adversários, os duelos são acirrados, fora de campo a dupla mantém uma relação amistosa, em diversas ocasiões oferecendo elogios um ao outro. O brasileiro já categorizou Cristiano como “gênio” e uma fonte de inspiração, além de ter expressado a vontade de jogar com “um dos maiores” depois de ter dividido vestiário com Messi em duas oportunidades.
Em 2019, foi a vez de o português rasgar elogios ao brasileiro. Em entrevista a um jornal espanhol, quando Neymar já estava no PSG e começavam os rumores sobre sua saída, CR7 declarou:
“Ele é um ótimo jogador e me dou bem com ele. Acho que irá para onde ele é feliz e pode expressar seu futebol. Gosto de vê-lo jogar, independentemente de onde esteja. O que desejo para ele é que se cuide e evite lesões.”
Com uma média de apenas 29 jogos por temporada durante a passagem pelo PSG, Neymar passou a lidar com as lesões de forma recorrente. Apesar de ser bem mais novo que o português, tem menos partidas que ele na conta proporcional. E com frequência fica de fora de grandes momentos da temporada, como as retas finais da Liga dos Campeões.
Na forma física, é difícil encontrar quem se equipare à conhecida disciplina do português. Cristiano se entrega de forma integral e é um obcecado por prolongar sua aptidão corporal.
É impossível prever quem terá mais sucesso na Arábia Saudita. Mas, ao menos no início da temporada, Cristiano larga na frente, por já estar adaptado ao país e contar com um elenco mais competitivo, com o meia Brozovic e o atacante Mané, entre outros. Em 25 jogos desde a chegada ao Al-Nassr, balançou as redes 20 vezes. No último fim de semana, conquistou a Copa dos Campeões da Arábia Saudita, justamente sobre o Al-Hilal, e foi o artilheiro do torneio.
Neymar ainda precisará de algum tempo para se ajustar à nova realidade, conhecendo os companheiros de elenco – incluindo o capitão e xodó da torcida, Al-Dawasari, com quem pode disputar posição. Além disso, vem de recuperação de uma lesão no tornozelo sofrida em fevereiro e só entrou em campo uma vez desde então: num amistoso da pré-temporada pelo PSG em que marcou dois gols. As informações são do jornal O Globo.
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