Segunda-feira, 08 de Dezembro de 2025

Home em foco Na prisão há duas semanas, e sem comoções populares como imaginava que ocorreria, Jair Bolsonaro vê seu poder político definhar

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Preso há duas semanas e sem comoções populares como imaginava que ocorreria, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vê seu poder político definhar. A constatação desde os primeiros dias em que passou a cumprir pena no prédio da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi de que o movimento de apoiadores era esvaziado e que, até abril – prazo limite para políticos deixarem cargos no Executivo se decidirem disputar eleições –, a única alternativa para o grupo ter chances nas urnas em 2026 seria apoiar a candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A avaliação avançou entre lideranças do centro-direita e não mudou, mesmo depois de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), anunciar que Bolsonaro o escolheu como candidato a presidente da República em 2026. Grandes nomes do PL, Republicanos e PSD, que conversaram em reserva com a Coluna do Estadão, apostam que o movimento do filho zero um de Bolsonaro é um balão de ensaio e também um novo capítulo para pressionar o Congresso por anistia aos condenados do 8 de janeiro, incluindo o benefício para o próprio pai.

Um dia após se anunciar presidenciável, Flávio avisou: “O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano. Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a direita”, postou em sua conta no X.

A mensagem soa a chantagem no meio político, na linha de “anistiar agora para liberar a negociação da chapa presidencial novamente”. Numa análise mais ampla do cenário, a pressão também protege Tarcísio de Freitas na corrida presidencial.

Se o Congresso aprovar o projeto neste ano, o assunto esfriará no ano que vem e Tarcísio poderá evitar o desgaste de defender a pauta em plena campanha eleitoral, o que geraria um embate direto com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Pressão por Tarcísio

Na avaliação de lideranças do centro-direita, até setores econômicos que têm Tarcísio como candidato favorito ao Planalto podem passar a pressionar nos bastidores pela anistia se isso significar a confirmação de sua candidatura presidencial e também que ele ficará livre desse “teto de vidro” em 2026.

Além disso, Tarcísio já prometeu indulto a Bolsonaro, caso se torne presidente da República. Como ele, até o momento, é o único presidenciável da direita com chances de chegar ao Planalto, segundo as pesquisas, construir uma chapa com seu nome ainda é a prioridade dos partidos que representam seu grupo político.

O cenário sobre a popularidade de Lula fará diferença em abril para o grupo aliado a Bolsonaro analisar se será melhor lançar mais de uma candidatura ao Planalto.

Os governadores interessados no Planalto – Ratinho Júnior (PSD-PR), Eduardo Leite (PSD-RS), Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) – já disseram que abrem mão para apoiar Tarcisio. Mas se as pesquisas apontarem risco de definição da eleição no 1º turno, é possível lançar mais de uma candidatura da direita para empurrar a decisão para o 2º turno.

Sem competitividade

O entorno de Bolsonaro sabe que seus filhos não têm competitividade suficiente para enfrentar Lula, e insistir no nome de algum deles abriria chances de o petista vencer inclusive em primeiro turno. Numa disputa Lula X Flávio, pesquisas apontam que o atual presidente passaria de 60% dos votos.

Impossível, entretanto, bater o martelo agora de qual será a decisão final no ano que vem. Basta observar o vaivém e a briga de ego dos Bolsonaros.

Nos últimos dez dias, a família fez acenos de que buscaria o entendimento para uma candidatura forte, e até Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deu sinais de que poderia aceitar o governador de São Paulo na chapa ao Planalto. Apesar de criticá-lo, disse que Tarcísio “é candidato que o sistema quer” e que apoiaria “até o Macaco Tião” contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Macaco Tião foi um candidato fictício à prefeitura do Rio de Janeiro, no final dos anos 1980.

Depois, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os enteados lavaram roupa suja publicamente numa disputa de poder nas articulações dos palanques estaduais. Na sequência, Flávio anunciou ser o presidenciável. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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