Quinta-feira, 09 de Outubro de 2025

Home Colunistas Na rota da COP30: reunião do Fórum Gaúcho de Mudança do Clima reúne plenária na FIERGS nesta quinta-feira

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À medida que a COP30 se aproxima, marcada para novembro em Belém do Pará, um movimento relevante tem ganhado força: o engajamento dos governos subnacionais — Estados e municípios — que se organizam para participar ativamente da conferência, levando suas próprias agendas, propostas e experiências locais para o debate global sobre o clima.

O termo “governos subnacionais” é usado no contexto internacional para identificar as administrações que operam abaixo do governo central — como estados e municípios. Embora não sejam os responsáveis diretos pelas negociações diplomáticas entre países, esses entes são fundamentais para a implementação real das políticas climáticas. São eles que aplicam as medidas de adaptação, mobilidade, energia renovável, gestão de resíduos e reflorestamento no território. Por isso, o mundo tem dado cada vez mais atenção à presença desses atores nas COPs.

Mais do que acompanhar, muitos estados e municípios brasileiros estão montando delegações próprias, com representantes do poder público, da sociedade civil, da academia e do setor produtivo. Essa atuação demonstra que a ação climática não depende apenas dos grandes acordos entre chefes de Estado, mas do compromisso de cada território em aplicar soluções práticas.

Rio Grande do Sul se mobiliza com força

Exemplo claro dessa movimentação é o Rio Grande do Sul, que realiza hoje, 9 de outubro, a 12ª Reunião do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC), na sede da FIERGS, em Porto Alegre. O encontro reúne lideranças do governo estadual, sociedade civil, setor produtivo e academia, e discute a contribuição do Estado para a COP30. Um dos destaques será a elaboração da Carta do Bioma Pampa, uma proposta concreta de inserção regional nas discussões globais, valorizando a biodiversidade e os desafios específicos do território gaúcho.

O FGMC é uma instância institucionalizada por decreto, que tem como missão orientar políticas públicas e promover a governança climática no Estado. A articulação atual pretende levar à COP30 propostas relacionadas à transição energética, uso sustentável da terra, agricultura resiliente e outros temas prioritários do plano estadual de enfrentamento às mudanças climáticas.

Além do RS, Estados como São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Pará também estão em processo de organização para levar propostas à COP30. Muitos deles participam de redes como o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e do grupo LGMA (Local Governments and Municipal Authorities), que atua como canal oficial de interlocução com a ONU. Essas redes têm sido fundamentais para organizar a presença local e articular uma voz coletiva dos governos subnacionais brasileiros.

Organizar uma delegação estadual ou municipal para uma COP não é simples. A logística é complexa, os custos são elevados e o espaço para fala e articulação é limitado. Ainda assim, o esforço é estratégico: estados e municípios representam a ponte entre a diplomacia internacional e a realidade cotidiana da população.

Ao estarem presentes em Belém, os governos subnacionais ajudam a traduzir metas climáticas globais em planos de ação locais — e, ao mesmo tempo, levam suas experiências para inspirar o mundo. Em um evento sediado na Amazônia, esse diálogo entre o local e o global será ainda mais essencial.

A presença do estado gaúcho na COP30 é importante e sensibilizadora, uma vez que o estado tem sido um dos mais afetados pelos eventos climáticos extremos e grande parte de sua atividade econômica está diretamente ligada a produção e esta depende de um clima estável e previsível. Eventos climáticos extremos já afetaram e poderão afetar ainda mais a vida dos gaúchos.

As representatividades subnacionais no mais importante evento do mundo, é mais uma conquista para colocar o Brasil como um dos líderes da “diplomacia climática” e o RS não poderia ficar de fora deste protagonismo.

Renato Zimmermann – Desenvolvedor de Negócios Sustentáveis e Ativista da Transição Energética

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