Quinta-feira, 24 de Abril de 2025

Home em foco ‘Não estou nem aí’, diz governador de São Paulo ao ser denunciado à ONU

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em razão das mortes em ações policiais na Baixada Santista no curso da Operação Verão, iniciada no fim de 2023.

Em resposta à denúncia, protocolada em conjunto pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns, Tarcísio defendeu as atividades policiais. “Temos muita tranquilidade com relação ao que está sendo feito (na Baixada Santista). A pessoa pode ir para a ONU, para a Liga da Justiça, para o raio que a parta, eu não estou nem aí”, disse Tarcísio.

Ao todo, 39 pessoas morreram durante ações de PMs na Operação Verão, que reforça a segurança no período de maior movimentação turística no litoral paulista. A ação foi ampliada em outras duas fases após dois PMs serem mortos em confronto com criminosos no início de fevereiro. Na época, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, transferiu o seu gabinete da capital para Santos e aumentou o efetivo de policiais na região.

Denúncia

Na denúncia levada à ONU, as entidades afirmam que o governo Tarcísio promove na Baixada Santista “uma das operações mais letais da história do Estado” e destacam que as mortes em decorrência de intervenção policial “subiram 94% no primeiro bimestre de 2024, segundo dados do Ministério Público”.

“Os dados são reflexo da atuação do governador, que vem investindo na violência policial contra pessoas negras e pobres”, acusou Camila Asano, diretora executiva da Conectas, em vídeo transmitido durante reunião do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça. “Há denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas e outras violações de direitos humanos, bem como a ausência deliberada de uso das câmeras corporais na operação.” As entidades pediram à ONU que cobre do Estado brasileiro medidas de controle da violência policial em São Paulo, incluindo a investigação de abusos por meio de registros feitos por câmeras corporais.

Defesa

Tarcísio defendeu o trabalho dos batalhões e alegou que ações policiais são feitas com uso de “inteligência e alvos determinados”. Afirmou ainda que os agentes buscam evitar os confrontos, mas que respondem quando são provocados. “Não tem como, tem de reagir mesmo”, disse o governador, que ainda criticou a postura de criminalizar policiais. “Parece que a gente quer que o Brasil vire um ‘narcoestado’”, disse. Sobre possíveis excessos, disse que, se confirmados, os policiais serão punidos.

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