Quinta-feira, 30 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 29 de outubro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou, na noite desta quarta-feira (29), uma mensagem em suas redes sociais sobre a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, considerada a mais violenta da história do Estado, com mais de 120 mortos.
A ação, deflagrada na terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, teve como objetivo atingir a facção criminosa Comando Vermelho (CV). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio, participaram da operação cerca de 1.500 agentes das polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, com apoio de blindados e helicópteros. A ofensiva resultou em intensos confrontos e deixou moradores ilhados, sem acesso a transporte, escolas e serviços básicos.
Na publicação, Lula afirmou que o país não pode aceitar que o crime organizado continue “destruindo famílias” e defendeu uma resposta coordenada das autoridades.
“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”, escreveu o presidente.
Lula também ressaltou a necessidade de uma integração mais efetiva entre as forças policiais e entre os governos estaduais e federal no combate à violência.
“Com a aprovação da PEC da Segurança, que encaminhamos ao Congresso Nacional, vamos garantir que as diferentes forças policiais atuem de maneira conjunta no enfrentamento às facções criminosas”, completou.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança foi enviada pelo governo ao Congresso, mas está com a tramitação parada desde abril, sem consenso entre os parlamentares. O texto prevê a criação de um sistema nacional de segurança pública que unifique protocolos e facilite o compartilhamento de informações entre as corporações.
A operação no Rio provocou reações diversas. Enquanto o governo estadual afirmou que a ação foi necessária para desarticular núcleos do tráfico de drogas e recuperar áreas dominadas por criminosos, entidades de direitos humanos denunciaram o uso excessivo da força e pediram investigação sobre as mortes. A Defensoria Pública do Rio informou que acompanha o caso e pretende cobrar transparência nas apurações.
O episódio reacendeu o debate sobre o modelo de enfrentamento ao crime no país e a necessidade de políticas públicas que combinem repressão com ações sociais nas comunidades.