Quarta-feira, 23 de Julho de 2025

Home Ciência No deserto chileno, cientistas testemunharam pela primeira vez o nascimento de um sistema solar

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Astrônomos no Deserto do Atacama, no Chile, observaram as primeiras etapas do nascimento de planetas em torno de uma estrela, um processo semelhante ao que formou o nosso Sistema Solar. O estudo foi publicado na revista Nature.

“Pela primeira vez, identificamos o momento mais inicial em que a formação de um planeta começa ao redor de uma estrela”, explicou Melissa McClure, professora da Universidade de Leiden (Países Baixos) e autora principal do estudo, em um comunicado do Observatório Europeu Austral (ESO).

Telescópio James Webb

De acordo com o comunicado, foi o telescópio espacial James Webb que detectou esses indícios. Merel vant Hoff, professora da Universidade Purdue (Estados Unidos) e coautora do estudo, comparou essas descobertas a “uma imagem do Sistema Solar bebê”.

“Estamos vendo um sistema que se parece com a forma como o nosso Sistema Solar era quando estava começando a se formar”, acrescentou.

Esse sistema planetário recém-nascido surgiu em torno de HOPS-315, uma protoestrela ou estrela bebê localizada a cerca de 1.300 anos-luz da Terra e análoga ao Sol nascente.

Ao redor dessas estrelas jovens, os astrônomos geralmente observam discos de gás e poeira, conhecidos como “discos protoplanetários”, que são os locais de nascimento de novos planetas, conforme indica o ESO.

Dentro desses discos protoplanetários, minerais cristalinos que contêm monóxido de silício (SiO) podem se condensar em temperaturas extremamente altas. Com o tempo, eles se agrupam, ganhando tamanho e massa para formar planetesimais.

No Sistema Solar, esses minerais cristalinos, que posteriormente deram origem a planetas como a Terra ou ao núcleo de Júpiter, ficaram presos em antigos meteoritos, que os astrônomos usam para datar o início da formação do nosso canto da Via Láctea.

Ao observar o disco ao redor de HOPS-315, os autores do estudo conseguiram encontrar evidências de que esses minerais quentes estão começando a se condensar ali. Seus resultados mostram que o monóxido de silício está presente ao redor da jovem estrela em estado gasoso, assim como dentro desses minerais cristalinos, o que sugere que está apenas começando a se solidificar.

Esses minerais foram identificados pela primeira vez usando o telescópio espacial James Webb (JWST). Os cientistas afirmam que também descobriram que os sinais químicos vinham de uma pequena porção do disco ao redor da estrela, equivalente à órbita do cinturão de asteroides que circunda o Sol.

“Este sistema é um dos melhores que conhecemos para explorar alguns dos processos que ocorreram em nosso Sistema Solar”, celebrou vant Hoff. “Estamos vendo esses minerais neste sistema extrasolar no mesmo lugar em que os vemos nos asteroides do Sistema Solar”, afirmou Logan Francis, pesquisador pós-doutorado na Universidade de Leiden e coautor do estudo. As informações são da Rádio Itatiaia.

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