Domingo, 19 de Janeiro de 2025

Home em foco Novo presidente da Argentina escolhe ministro da Economia e decide manter peronista na embaixada no Brasil

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Após fazer mistério nas eleições sobre quem seria ministro da Economia, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, escolheu um ex-presidente do Banco Central do país e com perfil de mercado para assumir a pasta. Trata-se de Luis Caputo, que comandou o BC no governo de Mauricio Macri.

Conhecido como o “Messi das finanças”, ele é apontado pela imprensa argentina como bastante próximo do mercado, principalmente o dos Estados Unidos, e com relação próxima com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, é bastante próximo de Macri, considerado essencial para a eleição de Milei e apontado como crucial para articular apoios no Congresso ao novo presidente.

Milei, que visitou os Estados Unidos, disse nesta quarta-feira (29) que as propostas apresentadas por Caputo para resolver problemas econômicos do país – como a inflação na casa dos 140% foram bem recebidas nos EUA.
Segundo o presidente eleito, Caputo, que participou de sua comitiva, recebeu “uma resposta extraordinariamente favorável” às propostas apresentadas durante reuniões com integrantes ​​do Tesouro norte-americano.

Aceno a Lula

Milei também decidiu manter à frente da Embaixada da Argentina no Brasil o atual embaixador, Daniel Scioli, que é peronista. A declaração é mais um aceno do ultradireitista ao governo brasileiro, após a futura chanceler do ultradireitista ter se encontrando com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em Brasília no domingo, onde reforçou o convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a posse.

Scioli foi um dos principais articuladores do encontro e é visto como uma peça fundamental para evitar uma crise no vínculo entre as duas nações depois dos ataques de Milei a Lula na corrida presidencial.

Milei declarou que, se vier à posse, o chefe de Estado brasileiro “será bem recebido”. Mas a presença já confirmada de Bolsonaro acompanhado de uma delegação expressiva é um dos entraves para a participação de Lula. Durante a campanha, o argentino referiu-se ao presidente brasileiro como comunista e corrupto.

Habilidade política

Aos poucos, o ultradireitista tem revelado mais detalhes sobre o seu futuro Gabinete e demonstrado uma postura mais moderada do que adotada na campanha, inclusive como a participação de pessoas próximas ao peronismo, como Scioli.

Desde 2020, o embaixador argentino era representante do governo do peronista Alberto Fernández e conseguiu, apesar das diferenças ideológicas, estabelecer um bom vínculo entre o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A habilidade política é um dos ativos para a nova fase da relação entre os países, novamente com orientações políticas divergentes no poder, mas interesses econômicos indissociáveis.

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