Sábado, 28 de Junho de 2025

Home Mundo Novos ataques de Israel matam pelo menos 60 em Gaza

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Novos bombardeios de Israel mataram pelo menos 60 pessoas neste sábado (28) na Faixa de Gaza, de acordo com médicos e trabalhadores de saúde ouvidos pela agência de notícias AFP. Os ataques atingiram um campo de refugiados erguido no Estádio da Palestina, na Cidade de Gaza. Prédios residenciais também foram bombardeados.

De acordo com os profissionais de saúde, pelo menos 20 corpos foram levados para o hospital Nasser, e outros, para o Al-Shifa. Os novos ataques acontecem dias após o cessar-fogo entre Israel e o Irã — depois de doze dias de guerra e um ataque direto dos Estados Unidos contra o regime iraniano, os países, por pressão de Donald Trump, interromperam a troca de mísseis. Agora, mediadores dizem que há uma janela de oportunidade para uma nova trégua também em Gaza.

O Ministério das Relações Exteriores do Qatar, país que tem atuado como intermediário entre Tel Aviv, os Washington e o grupo terrorista Hamas, disse que, se a janela não for utilizada, “haverá outra oportunidade desperdiçada, como tantas no passado. Não queremos ver isso acontecer novamente”.

Trump também disse ver possibilidade de um cessar-fogo em Gaza. “Acho que estamos perto disso. Acabo de conversar com as pessoas envolvidas”, disse o republicano nesta sexta (27). “Acredito que, na próxima semana, teremos [uma trégua]”, afirmou Trump, sem dar mais detalhes.

A situação humanitária em Gaza atinge níveis cada vez mais catastróficos, de acordo com as Nações Unidas. Toda a população do território enfrenta insegurança alimentar, e entregas de ajuda se transformaram em massacres desde que Israel monopolizou o trabalho humanitário na FHG (Fundação Humanitária de Gaza).

Tel Aviv diz que essa é a única maneira de garantir que os suprimentos não sejam roubados pelo Hamas, uma acusação negada pelo grupo terrorista. A ONU diz que a FHG não age com imparcialidade e fere os princípios do trabalho humanitário.

Na sexta, a ONG Médicos Sem Fronteiras acusou a FHG de manter uma “farsa de distribuição de alimentos que provoca massacres em série” e pediu que ela seja fechada. Segundo a MSF, o sistema de distribuição de alimentos, apoiado pelos EUA e Israel, “parece desenhado para humilhar os palestinos” em Gaza.

A organização denunciou que “mais de 500 pessoas morreram e quase 4.000 ficaram feridas ao tentar conseguir comida nessas distribuições” desde o aparente fim do bloqueio completo ao território, em maio.

Equipes médicas da MSF atendem diariamente pessoas mortas ou feridas enquanto buscavam alimentos em pontos de distribuição. Também foi registrado um aumento significativo de feridos por disparos de arma de fogo.

Ao mesmo tempo, uma reportagem do jornal israelense Hareetz da sexta trouxe relatos de soldados israelenses que atuam protegendo os trabalhadores da FHG. Os militares afirmam que ordens para atirar contra civis buscando comida vieram de cima. O governo Binyamin Netanyahu negou as acusações, e as Forças Armadas israelenses abriram uma investigação.

No sábado, o diretor da FHG, o líder evangélico americano Johnnie Moore, disse à emissora britânica BBC que as mortes que aconteceram durante entregas de suprimentos “não ocorreram próximas à operação da FHG”, uma afirmação contestada pela ONU.

Moore disse ainda que existe uma “campanha de desinformação” alimentada por “algumas pessoas”, e que as Nações Unidas e outras organizações publicam informações que não podem verificar. Na sexta, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o sistema da FHG é “não é seguro”: “A busca por comida não pode se tornar uma sentença de morte.”

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