Domingo, 27 de Julho de 2025

Home Brasil Novos depoimentos no Supremo fortalecem denúncia da Procuradoria-Geral da República sobre tentativa de golpe

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O interrogatório dos réus do núcleo 2 e 4 da tentativa de golpe de Estado concluído na quinta-feira no STF reforçou alguns dos principais pontos da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra os denunciados pela trama golpista.

Supremo Tribunal Federal concluiu na quinta-feira os depoimentos dos réus do “núcleo gerencial” e do “núcleo das fake news” da trama golpista. Vários desses denunciados possuíam cargos de segundo escalão no governo de Jair Bolsonaro (PL) e teriam atuado para dar andamento a iniciativas golpistas para manter o então presidente no poder após as eleições de 2022.

O núcleo 2, conhecido como “núcleo gerencial”, tem general, policiais e ex-assessor de Bolsonaro. São eles: o general do Exército Mario Fernandes; o ex-assessor de Assuntos Internacionais Filipe Martins; o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara; o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques; a ex-subsecretária da Segurança do Distrito Federal Marília de Alencar; e o ex-secretário-adjunto da Segurança do Distrito Federal Fernando de Sousa Oliveira.

O núcleo 4, chamado “núcleo das fake news”, tem réus do segundo escalão da trama golpista. Eles são acusados de propagar notícias falsas e fazer ataques virtuais a instituições e autoridades dentro da estratégia golpista para manter Bolsonaro no poder.

General confessou ser autor de plano para matar Lula

Relato mais surpreendente foi do general Mario Fernandes. Ele admitiu ter produzido o plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes, mas disse que o documento era apenas um “pensamento digitalizado” que ele quis imprimir para ler em papel e que não teria mostrado para ninguém. A PF atestou que o plano foi impresso em uma impressora do Palácio do Planalto. Na época, Fernandes era o número 2 da Secretaria-Geral da Presidência.

Militar afirmou que quis ler plano detalhado em papel para não “forçar a vista” e nega que o tenha levado a alguém. No dia 9 de novembro de 2022 ele foi para o Palácio do Alvorada 40 minutos após imprimir o plano. Na época, Bolsonaro estava recluso após ser derrotado por Lula no segundo turno das eleições.

Além da versão apresentada sobre o plano, general e demais réus não negaram mensagens de WhatsApp que a PF recuperou e foram usadas na denúncia. Em mensagem para o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o general disse ter ficado feliz por Bolsonaro ter aceitado seu “assessoramento” e feito um pronunciamento a seus apoiadores no Alvorada em 9 de dezembro de 2022. Na ocasião, a fala foi a primeira do então presidente após a derrota e trazia mensagens dúbias, como a frase afirmando que “quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês”.

General também relatou a Cid conversa com Bolsonaro sobre diplomação de Lula. Em mensagem de WhatsApp para Cid em 8 de dezembro de 2022, Fernandes disse que Bolsonaro lhe havia afirmado que a diplomação do petista no dia 12 daquele mês “não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas na hora eu disse: ‘Pô presidente, a gente já perdeu tantas oportunidades’”.

Questionado sobre esse diálogo, ele disse que estava preocupado em buscar uma “conversação entre os três Poderes”. Ao STF, general alegou que seu interesse era garantir a “independência dos Poderes”.

‘Professora’

Ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara negou que tenha atuado para monitorar ministro Alexandre de Moraes. Ele não negou as trocas de mensagens que manteve com Mauro Cid nas quais chegam a compartilhar itinerários do ministro e a tratá-lo pelo codinome “professora”. Mantido por Bolsonaro em sua equipe após deixar a presidência, Câmara tentou minimizar os diálogos e disse que só compartilhou informações que recebeu sobre o itinerário das autoridades previsto para a cerimônia de diplomação de Lula no TSE naquele ano.

Informações não tinham fontes definidas e eram apenas sobre Moraes. Segundo Câmara, as conversas com referência a Moraes tratavam de informações sobre a cerimônia de diplomação de Lula, para a qual Bolsonaro havia sido convidado, apesar de ter dito que não compareceria.

Militar da reserva não soube explicar quais seriam as fontes que ele utilizou para levantar dados sobre o paradeiro de Moraes. Ele também tentou diminuir importância de informações. Questionado, não explicou por que ele e Cid só trataram de Moraes e não de outras autoridades que estariam presentes na cerimônia de diplomação de Lula, realizada em dezembro de 2022 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As informações são do portal Uol.

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Supremo Tribunal Federal concluiu na quinta-feira os depoimentos dos réus do “núcleo gerencial” e do “núcleo das fake news” da trama golpista. Vários desses denunciados possuíam cargos de segundo escalão no governo de Jair Bolsonaro (PL) e teriam atuado para dar andamento a iniciativas golpistas para manter o então presidente no poder após as eleições de 2022.

O núcleo 2, conhecido como “núcleo gerencial”, tem general, policiais e ex-assessor de Bolsonaro. São eles: o general do Exército Mario Fernandes; o ex-assessor de Assuntos Internacionais Filipe Martins; o ex-assessor presidencial Marcelo Câmara; o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques; a ex-subsecretária da Segurança do Distrito Federal Marília de Alencar; e o ex-secretário-adjunto da Segurança do Distrito Federal Fernando de Sousa Oliveira.

O núcleo 4, chamado “núcleo das fake news”, tem réus do segundo escalão da trama golpista. Eles são acusados de propagar notícias falsas e fazer ataques virtuais a instituições e autoridades dentro da estratégia golpista para manter Bolsonaro no poder.

General confessou ser autor de plano para matar Lula

Relato mais surpreendente foi do general Mario Fernandes. Ele admitiu ter produzido o plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes, mas disse que o documento era apenas um “pensamento digitalizado” que ele quis imprimir para ler em papel e que não teria mostrado para ninguém. A PF atestou que o plano foi impresso em uma impressora do Palácio do Planalto. Na época, Fernandes era o número 2 da Secretaria-Geral da Presidência.

Militar afirmou que quis ler plano detalhado em papel para não “forçar a vista” e nega que o tenha levado a alguém. No dia 9 de novembro de 2022 ele foi para o Palácio do Alvorada 40 minutos após imprimir o plano. Na época, Bolsonaro estava recluso após ser derrotado por Lula no segundo turno das eleições.

Além da versão apresentada sobre o plano, general e demais réus não negaram mensagens de WhatsApp que a PF recuperou e foram usadas na denúncia. Em mensagem para o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o general disse ter ficado feliz por Bolsonaro ter aceitado seu “assessoramento” e feito um pronunciamento a seus apoiadores no Alvorada em 9 de dezembro de 2022. Na ocasião, a fala foi a primeira do então presidente após a derrota e trazia mensagens dúbias, como a frase afirmando que “quem decide para onde vão as Forças Armadas são vocês”.

General também relatou a Cid conversa com Bolsonaro sobre diplomação de Lula. Em mensagem de WhatsApp para Cid em 8 de dezembro de 2022, Fernandes disse que Bolsonaro lhe havia afirmado que a diplomação do petista no dia 12 daquele mês “não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas na hora eu disse: ‘Pô presidente, a gente já perdeu tantas oportunidades’”.

Questionado sobre esse diálogo, ele disse que estava preocupado em buscar uma “conversação entre os três Poderes”. Ao STF, general alegou que seu interesse era garantir a “independência dos Poderes”.

‘Professora’

Ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara negou que tenha atuado para monitorar ministro Alexandre de Moraes. Ele não negou as trocas de mensagens que manteve com Mauro Cid nas quais chegam a compartilhar itinerários do ministro e a tratá-lo pelo codinome “professora”. Mantido por Bolsonaro em sua equipe após deixar a presidência, Câmara tentou minimizar os diálogos e disse que só compartilhou informações que recebeu sobre o itinerário das autoridades previsto para a cerimônia de diplomação de Lula no TSE naquele ano.

Informações não tinham fontes definidas e eram apenas sobre Moraes. Segundo Câmara, as conversas com referência a Moraes tratavam de informações sobre a cerimônia de diplomação de Lula, para a qual Bolsonaro havia sido convidado, apesar de ter dito que não compareceria.

Militar da reserva não soube explicar quais seriam as fontes que ele utilizou para levantar dados sobre o paradeiro de Moraes. Ele também tentou diminuir importância de informações. Questionado, não explicou por que ele e Cid só trataram de Moraes e não de outras autoridades que estariam presentes na cerimônia de diplomação de Lula, realizada em dezembro de 2022 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As informações são do portal Uol.

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