Quinta-feira, 25 de Setembro de 2025

Home Economia O aumento das vendas para China e Argentina compensaram as perdas do Brasil no comércio com os Estados Unidos

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Os dados de agosto, primeiro mês de vigência do tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil, mostraram que os efeitos para as exportações brasileiras foram rápidos e profundos, além de atingir distintamente cada Estado e tipo de produto. As restrições norte-americanas empurraram ainda mais o Brasil para o colo da China, desde 2009 o maior destino das exportações brasileiras, desbancando a liderança dos EUA.

A diversificação de destinos, saída para impedir que o Brasil fique refém deste ou daquele mercado, continua aquém do necessário e é tarefa árdua diante do custo elevado que torna os produtos manufaturados brasileiros pouco competitivos no mercado internacional. As exportações para os EUA, de US$ 2,762 bilhões em agosto, representaram queda de 27,7% em relação a julho e de 18,5% ante agosto de 2024.

Reportagem do Estadão mostrou que o aumento das vendas para China e Argentina compensaram as perdas no comércio com os EUA, o que simultaneamente representa um alívio, ao menos temporário, e confirma a grande dependência do Brasil de seus três principais parceiros. Para a Argentina, a compra da carne brasileira para abastecer o mercado interno e o aumento da exportação da carne argentina foram uma solução oportuna. Para o Brasil, isso apenas resolveu um problema imediato.

Já a China elevou a compra de commodities brasileiras, em particular a soja, para sustentar a estratégia de reduzir ao máximo as importações dos EUA. A saída para o Brasil foi a possível e atesta a dificuldade de diversificação mais substancial do comércio exterior. A China se mantém há 16 anos como nosso maior parceiro, tanto em exportações quanto em importações, e tende a consolidar ainda mais a posição com a política de Trump. Numa relação desigual: com vendas brasileiras concentradas em commodities, enquanto as compras do mercado chinês são de produtos industrializados. A Argentina é o terceiro da lista, atrás dos EUA.

Levantamento do FGV Ibre aponta que o peso dos EUA na pauta brasileira caiu de 11,9% em julho para 9,2% em agosto, mas é preciso esperar os resultados de setembro e de outubro para saber o quanto dessa perda é estrutural. Monitoramento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) verifica que, em setembro, a queda diária tem correspondido a US$ 100 milhões, o que indica que as exportações devem perder como um todo.

A AEB já estima para este ano superávit comercial em torno de US$ 54 bilhões, projeção que, se confirmada, significará um baque de quase 30% em relação ao recorde de US$ 74,55 bilhões do ano passado. O governo Lula da Silva destacou, na época, as vendas da indústria de transformação (US$ 181,9 bilhões, maior valor desde 1997) como um dos principais fatores para o saldo. Setores de alimentos e metalurgia, que ficaram entre os principais exportadores, estão também entre as maiores vítimas do tarifaço. A partir de 2033, com o fim da transição da reforma tributária, os preços dos produtos brasileiros podem estar mais competitivos. Até lá, será preciso muito esforço e estratégia para abrir novos mercados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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