Terça-feira, 08 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de julho de 2025
Após o encerramento da cúpula de presidentes e chefes de governo do Brics, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a importância do grupo e, sem mencionar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — que anteriormente lançou novas ameaças comerciais aos países do bloco —, disse que “o Brics está incomodando”. Lula destacou, especialmente, as iniciativas do grupo sobre a necessidade de regular a inteligência artificial.
“Somos um grupo de países querendo criar outro jeito de organizar o mundo. O Brics não nasceu para afrontar ninguém, é um outro momento de fazer política”, declarou Lula.
“Não queremos mais um mundo tutelado, não queremos mais guerra fria, não queremos mais desrespeito à soberania, e por isso estamos discutindo com muita profundidade a necessidade de uma mudança estruturada, inclusive no estatuto da ONU”, seguiu.
Mais cedo, Trump afirmou que imporá uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhe com “as políticas antiamericanas do Brics”. O grupo expressou, em sua principal declaração, uma “séria preocupação” com o aumento de tarifas “unilaterais” por Washington.
A declaração que levou Trump a lançar novas ameaças ao grupo aponta que “a proliferação de ações restritivas ao comércio, seja por meio do aumento indiscriminado de tarifas e medidas não tarifárias, ou do protecionismo sob o pretexto de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global, desorganizar cadeias de suprimentos e introduzir incertezas nas atividades econômicas e comerciais internacionais. Manifestamos sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são incompatíveis com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)”.
A nova ameaça do presidente americano foi feita em um post na rede social do republicano. “Qualquer país que se alinhar com as políticas antiamericanas do BRICS será taxado com uma TARIFA ADICIONAL de 10%”, escreveu ele na noite de domingo. “Não haverá exceções a essa política.”
As sobretaxas foram anunciadas em abril, mas logo depois Trump iniciou uma trégua de 90 dias para negociação — que acaba nesta quarta-feira. Os governos que não chegarem a um acordo com os EUA voltarão a ser sobretaxados a partir de 1º de agosto, informou o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, em entrevista à CNN no domingo.
As sobretaxas, chamadas de tarifas recíprocas, afetaram os membros do Brics de forma diferente. O Brasil, por exemplo, foi taxado em 10%, patamar mínimo estipulado pelos EUA a seus parceiros comerciais. A China chegou a ser tarifada em mais de 140%. Índia e África do Sul foram taxadas em mais de 20%.
Nas redes sociais, Trump ainda criticou as autoridades do Brasil por lançarem o que ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal por supostamente liderar uma “organização criminosa” que tramou um golpe para permanecer no poder após perder as eleições de outubro de 2022 para Lula. Com informações do jornal O Globo.
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