Segunda-feira, 30 de Junho de 2025

Home Brasil O dilema do jovem brasileiro: estudar ou trabalhar?

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Pressões econômicas e escolhas difíceis

Nas últimas décadas, o Brasil viu um número crescente de jovens enfrentando um dilema recorrente: continuar estudando ou começar a trabalhar? Essa decisão, que deveria ser pautada por um planejamento de futuro e aspirações pessoais, é frequentemente tomada com base em urgências financeiras e falta de perspectivas.

A evasão escolar no ensino médio e na universidade está fortemente ligada à necessidade de contribuir com a renda familiar. Segundo dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), cerca de 12% dos alunos abandonam o ensino médio antes da conclusão. Entre os motivos mais citados estão a necessidade de trabalhar, a distância da escola e a baixa percepção da utilidade prática do conteúdo escolar.

O avanço do ensino técnico e EAD

Em meio a esse cenário, cursos técnicos e de educação a distância têm ganhado protagonismo. Eles prometem qualificação rápida, flexibilidade e, em alguns casos, inserção mais ágil no mercado de trabalho. No entanto, a expansão desses modelos nem sempre vem acompanhada da devida estrutura e acompanhamento pedagógico.

A modalidade EAD, por exemplo, cresceu exponencialmente no Brasil nos últimos anos, especialmente após a pandemia. Contudo, o modelo ainda enfrenta resistência entre empregadores e dificuldades de engajamento dos alunos. Muitos jovens ingressam em cursos a distância por necessidade, não por escolha — especialmente em regiões onde não há instituições presenciais de ensino superior.

Trabalho informal e empreendedorismo precoce

Sem acesso fácil ao ensino de qualidade e pressionados por um mercado cada vez mais competitivo, muitos jovens optam por ingressar na informalidade. Prestam serviços autônomos, vendem produtos nas redes sociais, atuam como entregadores ou microempreendedores — às vezes conciliando várias atividades ao mesmo tempo.

Essa multiplicidade de funções, embora demonstre resiliência e criatividade, também revela um país onde a juventude trabalha cada vez mais cedo e com pouca ou nenhuma proteção trabalhista. O empreendedorismo, nesse contexto, surge muitas vezes como saída para a precariedade, e não como uma escolha estratégica.

É nesse universo de múltiplas ocupações que plataformas digitais se tornam ferramentas essenciais. Por exemplo, ao atuarem em plataformas que remuneram em moeda digital ou com saldo interno, muitos jovens precisam aprender a gerenciar seus ganhos e convertê-los em dinheiro real. O conteúdo do portal VBET oferece instruções úteis nesse sentido.

Políticas públicas e seus limites

Embora existam iniciativas públicas como o Pronatec, o Jovem Aprendiz e programas de fomento ao primeiro emprego, os resultados ainda são tímidos frente à complexidade do problema. A descontinuidade de políticas, a baixa remuneração dos estágios e a dificuldade de conciliar horários de trabalho e estudo continuam afastando os jovens das salas de aula.

Além disso, o despreparo emocional e a falta de orientação vocacional nas escolas contribuem para decisões precoces — muitas vezes tomadas por impulso, sem uma reflexão mais profunda sobre o futuro. Em regiões periféricas ou do interior, esse dilema é ainda mais agudo, diante da escassez de oportunidades e da urgência da sobrevivência.

O impacto psicológico das escolhas

As consequências dessa encruzilhada vão além da dimensão econômica. Muitos jovens carregam sentimentos de frustração por não conseguirem estudar, ou de culpa por sobrecarregar a família. Outros, ao optarem pelo estudo, enfrentam insegurança ao verem colegas ganhando dinheiro mais cedo.

A saúde mental da juventude brasileira vem se tornando um ponto de atenção entre especialistas. A ausência de perspectiva, o excesso de responsabilidades e a pressão para “dar certo” cedo demais são fatores que agravam quadros de ansiedade e depressão.

Caminhos possíveis para o futuro

O futuro do Brasil passa, inevitavelmente, pela juventude. Investir em educação acessível, valorizada e conectada com as demandas reais do mercado é urgente. Mas isso precisa vir acompanhado de políticas de permanência escolar, incentivos financeiros e projetos que respeitem as realidades locais e culturais dos jovens brasileiros.

Além disso, é fundamental fortalecer pontes entre escolas, empresas e comunidades. Iniciativas de mentorias, programas de estágio inclusivos, bolsas para cursos técnicos e suporte psicopedagógico são medidas que podem transformar trajetórias. O papel da sociedade civil, das empresas e da mídia também é crucial para valorizar e apoiar a juventude em suas escolhas.

O Brasil precisa reconhecer que o dilema entre estudar ou trabalhar não deve ser uma sentença — mas sim uma decisão livre, apoiada e com oportunidades reais em qualquer caminho escolhido.

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