Terça-feira, 05 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 4 de agosto de 2025
A ordem do ministro Alexandre de Moraes para que o ex-presidente Jair Bolsonaro vá para a prisão domiciliar nesta segunda-feira, 4, teve como principal ponto o desrespeito às medidas cautelares que lhe foram impostas. Neste
domingo, 3, quando apoiadores do ex-presidente foram às ruas para defendê-lo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou nas suas redes sociais uma imagem do pai usando o celular para acompanhar o ato de Copacabana. Além disso, o senador colocou o pai para falar ao telefone, no viva-voz, com os manifestantes.
Na legenda da publicação, o senador colocou uma legenda como se fosse um recado do ex-presidente para os apoiadores que foram às ruas no domingo. “‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’, disse Jair Bolsonaro”, dizia a imagem divulgada por Flávio no Instagram. O post foi apagado.
“Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a
tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com o seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram”, diz trecho da decisão de Moraes.
Desde o dia 18 de julho, quando colocou tornozeleira eletrônica, o ex-presidente está proibido de usar redes sociais — tanto as suas quanto as de terceiros. Na manifestação deste domingo, ele falou por viva-voz com os manifestantes de
Copacabana e também fez uma videochamada com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que foi ao ato de São Paulo, na Avenida Paulista.
Publicações feitas pelos outros filhos do ex-presidente também foram mencionadas na decisão de Moraes. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) publicou uma foto de seu pai usando o celular na beira da piscina afirmando que
“Alexandre de Moraes não vai conseguir calar um país inteiro”. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, também prometeu mais sanções aos ministros do Supremo — em referência à inclusão de Moraes na lista de
punidos pela Lei Magnitsky. As informações são da Revista Veja.
Entenda o caso de Bolsonaro
No mês passado, Moraes determinou diversas medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e restrição ao uso de redes sociais, incluindo perfis de terceiros.
Na decisão proferida hoje, o ministro destacou que Flávio Bolsonaro e outros dois filhos do ex-presidente, Carlos e Eduardo, publicaram em suas redes sociais postagens de agradecimento de Bolsonaro aos apoiadores que compareceram aos atos realizados ontem (3). Dessa forma, segundo Moraes, houve descumprimento das restrições determinadas anteriormente.
As medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL de São Paulo, é investigado pela sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo. Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política.
Nesse processo, o ex-presidente é investigado por mandar recursos, via Pix, para bancar a estadia de seu filho no exterior. Bolsonaro também é réu na ação penal da trama golpista no Supremo. O julgamento deve ocorrer em setembro.
No Ar: Pampa Na Madrugada