Quarta-feira, 14 de Maio de 2025

Home Política “O presidente do Senado anda viajando muito com o Lula, eu fico preocupado”, diz Flávio Bolsonaro

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirma em entrevista ao jornal O Globo que está “preocupado” com a proximidade do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), com Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, ambos andam “viajando muito” juntos, motivo pelo qual há receio sobre as posições do chefe do Legislativo — como no caso da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.

O filho “zero um” de Bolsonaro diz que o pai continua no páreo para 2026 e que “não existe deadline” para um eventual apoio a outro nome da direita, mesmo inelegível. Na visão dele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, “é peça fundamental” como candidato novamente ao Palácio dos Bandeirantes.

Flávio critica ainda o ex-presidente Michel Temer, que busca articular uma frente de governadores de direita para ocupar o espaço político de Jair Bolsonaro. De acordo com o senador, é preciso lembrar que o “precedente de escolhas” de Temer é “muito ruim”, como a indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo. Flávio diz ainda que os candidatos ao Senado de 2026 pela oposição terão de se comprometer com um pedido de impedimento de Moraes.

1) O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, assumiu protagonismo ao abrir negociações com o Planalto e com o STF por um texto intermediário da anistia. Como garantir os interesses do bolsonarismo?

Ainda não conversei com Alcolumbre sobre o tema, tentarei na semana que vem, com ele em Brasília. Precisamos entender que texto é esse e qual é a estratégia. Nossa relação com ele é boa, o apoiamos à presidência com a condicional de que levaria o projeto ao plenário. Ainda não entendi aonde ele pretende chegar com essas conversas. Davi anda viajando muito com o Lula, eu fico preocupado se ele está sofrendo influências do governo, que certamente está aplaudindo esta perseguição ao Bolsonaro. Hoje, a anistia é a pacificação do país, o Alexandre de Moraes capitaneia essas penas no STF. Essas pessoas precisam voltar a ter as suas vidas. O que houve foi depredação de patrimônio público, essas pessoas já pagaram por isso.

2) A oposição foi chamada para ser ouvida sobre o texto?

O PL não foi chamado para conversar sobre o tema. Mas o Alcolumbre que conheço sempre foi um homem e parlamentar de palavra. Ele trabalha pela governabilidade, mas não tem o perfil do Lula, de perseguir adversários políticos. Esse tema precisa ser articulado pela política. Para mim, enquanto ele não esclarecer que texto intermediário é esse, essa semianistia não existe.

3) Também cresce a pressão pela CPMI do INSS. A oposição pensa em judicializar a questão, se Alcolumbre não mandar instalar?

É um escândalo que precisa ser investigado. Precisamos instalar esta CPMI para dar conta do que a CGU faz, que é uma investigação seletiva e viciada para proteger os aliados do Lula. É um crime contra idosos, contra pessoas que em alguns caso nem sequer sabem ler. Estamos falando de um escândalo. Se não conseguirmos emplacar a CPMI, teremos de buscar o Supremo para emplacar a CPMI, com o precedente da CPMI da Covid.

4) O senhor esperava um outro trato às demandas da oposição por parte do presidente do Senado?

Nosso apoio ao Alcolumbre sempre esteve condicionado à proporcionalidade das comissões temáticas da Casa, por exemplo. Isso foi respeitado pelo Davi. Até agora, a relação é de respeito e confio que ele seguirá nos ouvindo.

5) Seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, resiste a se colocar fora da disputa de 2026, apesar de inelegível. Qual seria um deadline para uma posição definitiva?

Não existe deadline para o Bolsonaro. Ainda tem muita coisa para acontecer. Eu acredito na reversão deste processo absurdo do 8 de Janeiro, que o coloca como mentor de algo do qual ele não participou, e vejo fragilidade nas acusações do TSE. Então, acredito que ele pode disputar as eleições de 2026. Sei que é difícil, por saber quem vai julgá-lo. Não querem deixar que ele se candidate, há perseguição política.

6) Ficar fora da disputa poderia significar uma “morte política”, pelo fato de deixar de ditar os rumos da direita?

Bolsonaro não tem apego pelo poder. Ele continua nesta batalha por ser o mais preparado para conduzir o Brasil a partir de 2027. É o presidente que deu autonomia ao Banco Central. Alguém que tem apego ao poder faria isso, por acaso? É só um exemplo de que ele não se coloca como candidato para se valorizar ou para não sair do jogo político. Ele tem esse direito por estar inelegível na “mão grande”, em um julgamento tendencioso. É preciso respeitar mais o Bolsonaro e acabar com essa ejaculação precoce que é tratar de 2026 sem contemplar o nome dele. (Com informações do jornal O Globo)

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