Sexta-feira, 15 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de agosto de 2025
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, defendeu discutir a anistia a Jair Bolsonaro (PL), tanto para evitar uma eventual prisão em regime fechado do ex-presidente, quanto a sua inelegibilidade. A fala foi dita em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, na tarde dessa quinta-feira (14).
“Em algum aspecto, analisar o envolvimento dele (Jair Bolsonaro), a participação dele nos processos, eu não acho errado. Ele pode ser anistiado em relação à questão de prisão, em relação a uma punição que não seja a inelegibilidade, ou até em relação a outras questões que não envolvam a elegibilidade. Ou por que não também discutir a questão da elegibilidade?”, questionou Kassab.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida não tem ligação com o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, processo que o ex-presidente responde na Corte, mas é relativa ao inquérito que analisa a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.
Segundo Kassab, debater uma anistia a quem tentou um golpe de estado “não é aberração”, e a proposta pode ser ajustada no Congresso Nacional.
“Quando você fala em anistia, você não está falando em nenhuma aberração. Eu não tenho nenhum constrangimento em defender que seja debatido esse tema, mas que seja debatido também com cautela. Uma anistia pode ser feita de uma maneira modular, pode ser feita com muita calma”, disse Kassab, que disse ser pessoalmente contra uma eventual anistia geral.
“Eu tenho a minha opinião pessoal: acredito que uma anistia ampla, geral e irrestrita não convém, não é positiva para o Brasil neste momento. Mas também, no momento em que a gente defende uma anistia, se eu, como parlamentar e protagonista nesse processo, já colocasse uma posição pessoal dizendo: ‘Olha, eu defendo, desde que não aconteça isso, isso e aquilo…’, você estaria começando errado”, afirmou Kassab.
Eleição
Kassab também falou que já informou ao presidente Lula (PT) que terá candidatura própria à presidência em 2026. Atualmente, o partido faz parte da base aliada do governo federal, com o comando de três ministérios.
“Ficou claro para o presidente, e isso ficou registrado nesse almoço, que o PSD caminha para ter candidatura própria para a Presidência da República. Temos dois pré-candidatos”, afirmou.
Segundo Kassab, os governadores do Paraná, Ratinho Júnior, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, estão cotados para concorrer no próximo ano. Segundo ele, o partido pretende consolidar um dos dois nomes para definir quem será o escolhido.
“Então, são questões que a gente colocou com muita tranquilidade, de maneira muito respeitosa para o Presidente da República. Ficou claro para ele que, então, esse será o nosso caminho”, disse.
Além de presidente do PSD, Kassab é Secretário Estadual de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele já declarou ser apoiador do projeto político de Tarcísio na eleição de 2026, seja para uma eventual reeleição no governo de SP, seja para uma candidatura presidencial.
Motim
No dia 6 de agosto, deputados e senadores aliados a Bolsonaro ocuparam o plenário das duas casas contra a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente pelo Supremo.
O motim foi desmobilizado no Senado, mas precisou de negociação para ter fim na Câmara dos Deputados. Após o fim do motim, Hugo Motta, presidente da Casa, prometeu punir parte dos envolvidos.
Foram enviados 14 casos de deputados à Corregedoria da Câmara e citou uma resolução que prevê o rito ordinário: 5 dias úteis para defesa e mais 45 dias para o parecer do corregedor.
As representações, no entanto, tratam da suspensão cautelar de mandato, que estabelece um rito sumário. Por essa regra, o corregedor teria 48 horas para se manifestar e encaminhar um parecer para a mesa diretora.
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