Quinta-feira, 31 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 30 de julho de 2025
O colesterol LDL é um tipo de lipoproteína responsável por transportar colesterol do fígado para as células do corpo. A sigla vem do inglês Low-Density Lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade, mas popularmente ele é mais conhecido como “colesterol ruim” – e o apelido tem um bom motivo.
Apesar de o colesterol ser uma substância essencial para o funcionamento do organismo, atuando na produção de hormônios e síntese de vitaminas, o excesso de LDL pode ser prejudicial. Isso porque a substância pode se acumular nas paredes das artérias e acabar bloqueando o fluxo sanguíneo.
Mesmo com os riscos, muita gente ainda desconhece o perigo. Um estudo de 2023 da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) mostrou que o colesterol alto era a condição menos controlada entre quase 8 mil pessoas atendidas em postos de saúde de 32 municípios paulistas.
Mas o que é LDL?
Como outros lipídios, o colesterol não se mistura bem com a água. Por isso, ele precisa “viajar” pelo sangue grudado a proteínas, formando estruturas chamadas lipoproteínas, que funcionam como transportadoras.
Quando o colesterol se junta a lipoproteínas de baixa densidade, recebe o nome de LDL. Já quando se combina a lipoproteínas de alta densidade, é chamado de Colesterol HDL (High-Density Lipoprotein).
As lipoproteínas de baixa densidade são as principais responsáveis por levar o colesterol do fígado, onde é produzido, para outras partes do corpo. Mas, em excesso, essa parceria vira um problema. Quando o colesterol LDL está presente em grande quantidade, ele se deposita nas paredes das artérias, formando placas de gordura. Esse processo é chamado de aterosclerose, o popular “entupimento das veias”.
Já o HDL faz o caminho inverso. A lipoproteína de alta densidade circula pelo sangue recolhendo o excesso de colesterol das artérias e levando tudo de volta para o fígado.
Por que o LDL é chamado de colesterol ruim?
Existe uma relação entre colesterol alto e doenças do coração. Além da aterosclerose, o LDL em excesso aumenta o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
O infarto, por exemplo, acontece quando o sangue não consegue chegar a uma parte do coração. Sem oxigênio e nutrientes, essa porção “morre”. Isso geralmente ocorre devido ao acúmulo de placas de gordura, que bloqueiam a passagem de sangue nas artérias. Já o depósito de placas nas artérias cerebrais pode levar a um AVC.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), os riscos do LDL envolvem ainda eventos como aneurisma da aorta, doença vascular periférica, encefalopatia isquêmica e morte súbita.
O que causa colesterol alto?
Existem três grandes causas por trás dos altos níveis de LDL. A primeira é genética. O fígado é responsável por produzir o colesterol e também por removê-lo do sangue. Ele usa receptores para “capturar” essas partículas. Em muitas pessoas, a ação desses receptores é reduzida, o que dificulta a remoção do LDL do sangue.
A segunda razão está no prato. Uma alimentação rica em gorduras saturadas e colesterol aumenta as chances de alteração nas taxas. Já a terceira causa são algumas doenças, como hipotireoidismo, diabetes e problemas nos rins, que podem bagunçar o metabolismo das gorduras no sangue.
O cigarro também entra nessa conta. Ele reduz o colesterol bom (HDL) e promove inflamação. Já o sedentarismo e o excesso de peso favorecem o aumento do colesterol ruim (LDL) e dos triglicérides.
Níveis ideais e quando se preocupar
De acordo com a diretriz da SBC, os valores ideais de colesterol são: Colesterol total (soma de HDL e LDL) – abaixo de 200 mg/dL; Colesterol LDL – abaixo de 130 mg/dL para pessoas com risco baixo; Colesterol HDL – acima de 40 mg/dL.
Pacientes que já tiveram um infarto ou têm diagnóstico de doença cardiovascular são considerados de risco “muito alto”. Nesses casos, o valor ideal de LDL é abaixo de 50 mg/dL.
Já para pessoas com risco intermediário, como aqueles com histórico familiar de doença coronariana em idade jovem ou sinais de síndrome metabólica, o valor recomendado é abaixo de 100 mg/dL.
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