Domingo, 19 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de setembro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está nos Estados Unidos para participar da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Com o tema “Paz, Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade”, o encontro reúne, no próximo dia 19, os líderes mundiais de 193 países para discutir os principais desafios globais. Esta será a oitava vez que Lula fará o tradicional discurso de abertura da Assembleia.
A expectativa é de que Lula utilize o espaço para reforçar que países emergentes exigem serem ouvidos nas decisões globais. O presidente brasileiro deve defender a reforma dos organismos internacionais, hoje compostos majoritariamente por países ricos e a ausência de espaço para vozes de países emergentes nas discussões globais. Ele também deve abordar temas relacionados à desigualdade social, o compromisso com a pauta ambiental e reforçar sua luta no combate à fome.
O discurso de Lula também é aguardado como uma oportunidade de resgatar o prestígio do Brasil na Cúpula após o isolamento provocado pela participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na edição interior.
Lula chegou a Nova York, nos Estados Unidos, ainda na noite de sábado, após participar da reunião de líderes do G77. O presidente deverá permanecer nos EUA até a próxima quinta-feira 21.
Segundo o Palácio do Planalto, o presidente participou no domingo de uma reunião com empresários e um jantar oferecido pela Fiesp. Na segunda a agenda foi reservada para reuniões bilaterais, mas sem maiores detalhes. O presidente discursará na terça-feira (19).
Encontros bilaterais
Durante o encontro nos Estados Unidos, a agenda de Lula prevê reuniões bilaterais com o presidente norte-americano, Joe Biden, no dia 20. De acordo com o Itamaraty, os dois presidentes devem anunciar um plano em defesa da criação de vagas de trabalho decente ao redor do mundo, com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Também deve ser discutido doações do país da América do Norte para o Fundo da Amazônia.
O petista também terá bilaterais com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, e o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom.
Expectativa
Lula poderá, durante o discurso na ONU, colher os benefícios do aumento da confiança no País, com destaque para melhora da percepção dos investidores e das agências de classificação de risco, assim como do alinhamento das expectativas sobre diretriz econômica e política do governo, na avaliação de Wagner Parente, consultor em relações internacionais e CEO da BMJ Consultores Associados. “Na Assembleia, o Brasil terá a oportunidade de expor seu projeto político-econômico para os próximos anos, permitindo que as expectativas internacionais e do setor privado sejam sincronizadas às ações da iniciativa pública”, afirma.
O presidente ainda deverá focar o discurso em uma nova governança global, como as reformas do Conselho de Segurança da ONU, onde o país busca um assento permanente, e do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Essas bandeiras devem ser retomadas impulsionando o Brasil como líder de um conjunto de países em desenvolvimento interessados em desconcentrar as esferas de decisão internacional”, diz Parente.